A senadora maranhense Eliziane Gama (PSD) vive atualmente um dos momentos mais delicados de sua carreira política. Sem definições claras sobre alianças e posicionamentos, tanto no cenário estadual quanto nacional, a parlamentar parece atravessar um período de isolamento, sem apoio significativo em nenhuma das esferas de poder.
Embora filiada ao PSD, comandado no Maranhão pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide, Eliziane mantém uma relação de aproximação política com o governador Carlos Brandão (PSB). No entanto, essa tentativa de conciliar forças distintas se complica diante do iminente confronto entre os dois líderes nas eleições de 2026. Braide é apontado como pré-candidato ao governo estadual, enquanto Brandão articula a sucessão do cargo em favor de seu sobrinho, Orleans.
No campo nacional, o cenário também é contraditório. A senadora declara publicamente seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o PSD, legenda à qual está filiada, vem se mostrando simpática a uma possível candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, Eliziane chegou a publicar nas redes sociais uma foto ao lado de Tarcísio, exaltando suas qualidades, o que gerou reações divergentes entre seus seguidores.
Apoio político em queda
A situação de Eliziane no Maranhão é ainda mais crítica. A senadora não conta com o apoio significativo de lideranças políticas locais. Dos 217 prefeitos maranhenses, são poucos os que se identificam como aliados de Gama. Entre os 18 deputados federais do estado, nenhum possui ligação direta com ela. O mesmo cenário se repete entre os 42 deputados estaduais e os 31 vereadores da capital, São Luís.
O distanciamento também se estende à sua base histórica de apoio: o segmento evangélico. Eliziane, que sempre teve nas igrejas Assembleia de Deus um reduto eleitoral forte, viu seu prestígio diminuir. A CEADEMA (Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Maranhão), que endossou sua candidatura em pleitos anteriores, já indicou que não pretende mais apoiá-la politicamente.
Desgaste pessoal e futuro incerto
Além da perda de apoio institucional e partidário, a senadora enfrenta desafios no âmbito pessoal. Seu marido, o ex-secretário estadual Inácio Melo, não tem sido visto ao lado da parlamentar há mais de um ano e, segundo fontes, teria se mudado para o estado do Tocantins, onde pretende disputar as eleições de 2026.
Com um grupo político esvaziado, alianças instáveis e a perda de sustentação nas bases que a elegeram, Eliziane Gama enfrenta o desafio de redefinir sua trajetória. Em meio à fragmentação dos apoios e sem um rumo claro, seu futuro político permanece incerto.