A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (4) a Operação Eclesiastes 5, com o objetivo de investigar suspeitas de compra de votos durante as eleições municipais de 2024 em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão. A ação contou com a participação de aproximadamente 50 agentes federais, que cumpriram 11 mandados judiciais de busca e apreensão, além de medidas cautelares de bloqueio e sequestro de bens, somando cerca de R$ 700 mil.
De acordo com informações da PF, os investigados são suspeitos de terem utilizado combustível como moeda de troca para influenciar o voto de eleitores em benefício de uma candidatura à prefeitura do município. O inquérito aponta para o uso de recursos financeiros com indícios de origem ilícita e caracterização de abuso de poder econômico durante o pleito.
As diligências desta segunda visam aprofundar a coleta de provas, identificar os envolvidos e garantir a recuperação de ativos supostamente desviados. A PF ainda não divulgou os nomes dos alvos da operação.
A operação recebeu o nome Eclesiastes 5 em alusão ao trecho bíblico que condena a corrupção e o apego desmedido ao dinheiro como fonte de injustiça.
Repercussão e próximos passos
O caso deve ter desdobramentos nos próximos dias. A Justiça Eleitoral e o Ministério Público acompanham o inquérito, que poderá culminar em novas medidas, inclusive de natureza penal e eleitoral. Fontes próximas à investigação indicam que outros municípios do Maranhão também estão sendo monitorados.
A compra de votos é crime previsto na legislação eleitoral brasileira, podendo acarretar, além da cassação de mandato, pena de até quatro anos de reclusão.
Transparência em xeque
A operação reacende o debate sobre a necessidade de maior fiscalização no processo eleitoral, principalmente em cidades estratégicas como Imperatriz. Especialistas apontam que o uso de estruturas paralelas de captação de votos continua sendo um dos maiores desafios para a integridade democrática nas eleições municipais.
A Polícia Federal reforça que a população pode colaborar com as investigações, fazendo denúncias anônimas por meio dos canais oficiais da corporação.