Um registro do Diário Oficial do Estado do Maranhão, datado de 30 de maio de 2005, comprova que Felipe Costa Camarão foi nomeado Superintendente de Defesa do Consumidor do Maranhão, o Procon-MA, em 20 de maio daquele ano. O ato, assinado pelo então governador José Reinaldo Carneiro Tavares e pelo chefe da Casa Civil, Pedro Ronald Maranhão Braga Borges, também registra a exoneração de Camarão de função anterior para assumir a nova atribuição no órgão de defesa do consumidor.
A peça oficial, que circulou nesta segunda-feira em redes sociais, contraria a tese difundida em publicação recente de blog político que atribui a entrada de Camarão na vida pública a uma suposta indicação do grupo Sarney e afirma que, em 2005, o governo ainda seria aliado da família. O contexto histórico indica o contrário: o rompimento político de José Reinaldo com o grupo Sarney ocorreu em 2004, com desdobramentos que marcaram toda a sua gestão e o alinhamento posterior às forças de oposição no pleito de 2006.

O Diário Oficial registra a exoneração de Felipe Costa Camarão de cargo de assessor especial e, na sequência, a nomeação para o cargo em comissão de Superintendente de Defesa do Consumidor do PROCON-MA, com efeitos a partir de 20 de maio de 2005.
Os atos são firmados por José Reinaldo Carneiro Tavares e pelo então chefe da Casa Civil, Pedro Ronald Maranhão Braga Borges.
A publicação oficializa que a movimentação funcional ocorreu durante o governo já desvinculado do grupo Sarney.
Linha do tempo essencial
2004: José Reinaldo rompe politicamente com o grupo Sarney, fato amplamente reconhecido no cenário local e que reorienta alianças no Estado.
Maio de 2005: Felipe Camarão é nomeado Superintendente do Procon-MA, conforme Diário Oficial. À época, a área de Justiça e Cidadania no governo tinha entre seus expoentes Sálvio Dino.
2011: Já como procurador federal de carreira, Felipe Camarão retorna ao Procon-MA em nova passagem. A indicação é associada ao então presidente da OAB-MA, Mário Macieira, que inclusive integrou a banca de monografia de Camarão.
A controvérsia surgiu após vídeo em que adversários afirmam que Felipe Camarão teria “omitido” a origem de sua trajetória no serviço público. O documento oficial e a cronologia política local sustentam que a primeira nomeação para o Procon-MA ocorreu após o rompimento do Palácio dos Leões com o grupo Sarney, o que invalida a narrativa de que sua entrada no órgão, em 2005, teria sido patrocinada por essa corrente.
O debate sobre a origem das nomeações públicas costuma ser instrumentalizado em períodos pré-eleitorais para construir ou desconstruir identidades políticas. No caso em pauta, o Diário Oficial e a sequência de fatos políticos são elementos objetivos que ajudam a separar crítica legítima de imputação imprecisa. A verificação documental indica que, em 2005, a nomeação de Felipe Camarão para o Procon-MA não se deu sob influência do grupo Sarney, uma vez que o governo já atuava em campo oposto.
A evidência oficial publicada em 30 de maio de 2005 confirma que Felipe Camarão assumiu o Procon-MA em um contexto de governo já rompido com a família Sarney. A reaparição do tema neste momento revela um uso político da memória recente, que pode ser esclarecida por registros públicos e por uma leitura acurada da cronologia.












