A dona de casa Lorena Cutrim procurou o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no fim de fevereiro deste ano, para denunciar o estado de saúde do marido, Gilbson César Soares Cutrim Júnior, condenado a mais de 13 anos de prisão pelo assassinato do empresário João Bosco Sobrinho Pereira, em 2022. O caso, conhecido como “crime do Tech Office”, ganhou repercussão por envolver o atual presidente do Tribunal de Contas do Estado, Daniel Itapary Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão.
Segundo Lorena, o preso apresentava sinais preocupantes enquanto cumpria pena na Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís. Ela relatou às autoridades “acelerado emagrecimento, forte confusão mental e sinais de demência”, além de ter presenciado o marido “vomitando sangue” durante uma visita.
Em 31 de maio, a Superintendência da PF no Maranhão recebeu determinação do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para transferir Gilbson ao Presídio Federal de Brasília. A ordem foi cumprida com urgência e, desde então, ele permanece sob custódia federal na capital. Lorena já foi ouvida por videoconferência para confirmar suas declarações.
O caso segue sob segredo de justiça, mas ganhou novos desdobramentos após o empresário Marcus Brandão, irmão do governador e tio de Daniel Itapary, divulgar informações sobre uma suposta delação de Gilbson. Marcus atribuiu influência política ao ministro do STF Flávio Dino e aliados.
As investigações continuam sob responsabilidade da Polícia Federal.