O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, respondeu neste domingo (18) à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que apontava supostos vínculos políticos ainda mantidos por ele no Maranhão, mesmo após a posse na Corte.
Em nota, o gabinete de Dino classificou as insinuações como improcedentes e esclareceu pontos levantados pela matéria. Um deles diz respeito à atuação de sua esposa, Daniele Lima, como assessora do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), presidente nacional da legenda e aliado histórico do ex-governador. O comunicado enfatiza que Daniele possui trajetória profissional independente e “não pode ser proibida de trabalhar”.
Outro ponto destacado foi a referência a Joselne Rodrigues, esposa de Jerry, que teria chefiado o gabinete de Dino em 2015, no início de sua gestão à frente do governo do Maranhão. A assessoria reforçou que a relação ocorreu há dez anos e que não existe vínculo atual.
Sobre possíveis questionamentos quanto a processos envolvendo o governador Carlos Brandão, sucessor de Dino no Palácio dos Leões, a equipe do ministro afirmou que não há hipóteses legais de impedimento. Segundo a nota, não cabe falar em suspeição pelo simples critério geográfico, já que ministros do STF costumam julgar causas ligadas aos seus estados de origem.
“Esclarecemos que critério geográfico de impedimento não existe em relação aos ministros do STF, que julgam normalmente processos com litigantes dos seus Estados de origem, onde naturalmente conhecem pessoas e exerceram outras atividades profissionais em suas vidas anteriores”, concluiu o texto.
A manifestação ocorre em meio a um cenário de intensas disputas políticas no Maranhão, em que o nome de Dino segue sendo citado, mesmo após a mudança de função, como peça de influência nos bastidores.