Nos últimos dias, um vídeo do ex-prefeito de Igarapé Grande, Erlanio Xavier, reacendeu um debate necessário e incômodo sobre os rumos do PDT no Maranhão. Ao citar seu nome e o de Márcio Honaiser como possíveis candidatos a deputado federal, Erlanio expôs ainda que involuntariamente um problema profundo: a transformação do PDT em um partido guiado por uma elite fechada, distante das bases comunitárias e incapaz de dialogar com movimentos populares históricos do estado.
A fala é emblemática. Mostra que, para determinados grupos, as eleições seguem sendo conduzidas em um tabuleiro de cartas marcadas, sempre com os mesmos nomes, os mesmos acordos e a mesma lógica de poder interno. Nada mais distante da tradição do PDT que, no tempo de Dr. Jackson Lago, se construía justamente a partir da participação popular e da força das comunidades organizadas.
Hoje, sob a liderança do senador Weverton Rocha, o partido se apresenta cada vez menos como instrumento democrático e cada vez mais como um espaço restrito, elitizado e impermeável à renovação popular.
MACAIB: UM MOVIMENTO QUE NUNCA MORREU
Enquanto as lideranças partidárias se fecham em si mesmas, o Movimento MACAIB Centro Matriz das Comunidades, nascido ainda em 1990, segue vivo, atuante e amplamente enraizado tanto na região metropolitana de São Luís quanto no interior do Maranhão.
O MACAIB não apenas resistiu ao tempo: expandiu-se.
Com seus Núcleos Microrregionais, Redes de Massa Mobilizadoras e as extensões SURIMMACAIB, espalhou-se por todo o estado. Lideranças formadas na grande ilha passaram a atuar também no interior, levando formação, consciência política, protagonismo comunitário e projetos sociais.
O resultado é um movimento gigante, com capilaridade real e legitimidade comprovada.
E mais: um movimento que tem projeto, tem base, tem organicidade e que hoje se organiza em defesa da Lei MACAIB e de uma candidatura popular a deputado federal, construída a partir das comunidades.
POR QUE NÃO UM FEDERAL DO MACAIB?
Se o PDT fosse, de fato, o partido que diz ser um partido democrático, de massa, das comunidades, como por exemplo seus antigos distritais, a pergunta seria inevitável:
Por que não defender uma candidatura popular do MACAIB ao invés de repetir os mesmos nomes de sempre?
Por que Marcio Honaiser e Erlanio?
Por que aceitar passivamente esse pacote pronto, típico de decisões palacianas, e ignorar um movimento comunitário que existe há mais de três décadas, nunca deixou de atuar, está presente em São Luís e no interior, tem capilaridade social, defende políticas inovadoras como a CAOEXDASC Cota Ampla de Ônibus Extraordinários Diários das Comunidades e os FUNSOMDASC Fundo Social Municipal das Comunidades, e quer, finalmente, disputar espaço institucional em nível federal?
A resposta é simples e dura: a elite só pensa nela.
O vídeo de Erlanio é o retrato disso. Mostra que há um projeto de poder interna corporis, sem participação popular e sem disposição de abrir espaço a movimentos comunitários.
A direção deste blog recorda uma pergunta feita a Sebastião Santos no momento de seu reingresso ao PDT, em 2023. Questionado sobre o motivo da volta ao partido, o líder comunitário respondeu com serenidade: acreditava no projeto político de Weverton Rocha para o Maranhão. Disse ainda que sua filiação contribuiria para uma chapa majoritária sólida e para uma chapa proporcional fortalecida por nomes comunitários, além de garantir espaço ao Movimento MACAIB para desenvolver seus projetos idealizados pelas bases.
No entanto, relatos posteriores apontam uma profunda decepção do líder com o partido, sobretudo pelas decisões tomadas pelo próprio senador. Este blog chegou a imaginar que, nas plenárias de 2025 realizadas na região metropolitana, a direção estadual do PDT abraçaria a Lei MACAIB, especialmente porque o nome de Weverton era constantemente lembrado nos bastidores do movimento.
Resta, então, a pergunta que não quer calar: Se, como sempre afirmou Sebastião Santos, o senador Weverton tem compromisso com as comunidades, por que não defende a candidatura a deputado federal do Movimento MACAIB dentro do PDT? Com o respeito devido à história de lutas e conquistas do líder comunitário, este blog deixa o espaço aberto para sua manifestação.
A PERGUNTA QUE ECOA: CADÊ VOCÊ, SEBASTIÃO SANTOS?
Nos bastidores da militância, cresce uma inquietação legítima: A candidatura federal do MACAIB está sob pressão? Quem está tentando impedir este projeto?
Fontes comunitárias afirmam que existem dificuldades internas para convencer parte das bases a desistirem do nome defendido pelo movimento e que há pressões externas, citando: Weverton Rocha, grupos ligados ao PDT, nomes tradicionais como Erlanio Xavier, e até menções a Astro de Ogum.
O blog que publica esta matéria não acusa, mas pergunta, como é papel do jornalismo crítico: Quem tem medo de um federal das comunidades?
A FORÇA DE UM MOVIMENTO QUE NUNCA PEDIU NADA EM TROCA
Curiosamente, ao longo de mais de 30 anos, o líder Sebastião Santos, principal articulador do MACAIB, nunca cobrou apoio do movimento para seus próprios projetos eleitorais.

A cada eleição, diversos membros disputam cargos pelo estado, especialmente em São Luís, sem imposição de lideranças.
Mas agora, com a Lei MACAIB, o movimento se reorganiza para defender um projeto maior: um mandato federal que represente a massa comunitária do Maranhão.
E faz sentido.
Porque o MACAIB tem legitimidade, tem povo, tem capilaridade, tem história, tem base sólida, tem núcleos espalhados pela grande ilha e pelo interior, e tem um projeto concreto para municípios: FUNSOMDASC Fundo Social Municipal das Comunidades, CAOEXDASC Cota Ampla de Ônibus Especiais Extraordinários Diários das Comunidades, COPSOINDASC Consórcio Público Social Intermunicipal das Comunidades e políticas de justiça social e municipalismo avançado.
Nenhuma candidatura de “cartas marcadas” apresenta isso.
O QUE O PDT TEM A DIZER SOBRE ISSO?
Já que os nomes de Erlanio, Márcio Honaiser e Weverton Rocha foram citados pelas próprias bases, o espaço está aberto para que expliquem por que não apoiam uma candidatura comunitária legítima, esclareçam por que o PDT insiste em ignorar o MACAIB, respondam às acusações de elitização interna, e, no caso do senador Weverton, expliquem também as denúncias envolvendo INSS e a compra de fazenda milionária.
O debate está posto.
O silêncio, neste caso, fala mais do que discursos decorados.
O MARANHÃO PRECISA DE UM FEDERAL DAS COMUNIDADES
Com a força de sua militância e a capilaridade nos municípios, o Movimento MACAIB demonstra que é vivo, é forte, é popular, é legítimo, e está pronto para disputar.
As elites podem continuar distribuindo cartas marcadas, mas a pergunta que ecoa é simples: Até quando o PDT vai ignorar o único movimento de massa ainda vivo no Maranhão?
A história, a coerência e o povo sabem a resposta.













