O Maranhão se prepara para um marco inédito na história política do Partido dos Trabalhadores: pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contará com um palanque inteiramente petista no estado nas eleições para governador. A novidade será protagonizada pelo vice-governador Felipe Camarão, que já se posiciona como pré-candidato ao Executivo estadual em 2026 com o respaldo integral da direção nacional do PT.
A iniciativa representa um movimento estratégico do partido, que pretende fortalecer sua presença no Nordeste e garantir, além da continuidade de apoio eleitoral, uma candidatura com identidade própria no Maranhão. Até aqui, o PT sempre orbitou alianças com outras siglas, como o PDT, o MDB e, mais recentemente, o PSB de Flávio Dino e Carlos Brandão. Agora, sob liderança de Camarão, a sigla aposta em voo solo.
Henrique Fontana, secretário-geral do PT, declarou que a candidatura de Camarão “é uma questão de justiça” e resgata compromissos assumidos em eleições anteriores. “Estivemos ao lado de Brandão, Dino e Lula em 2022. É justo que agora o PT pleiteie este espaço”, afirmou.
Felipe Camarão é atualmente o nome mais bem posicionado do PT para um cargo executivo estadual em todo o país, segundo avaliações internas da legenda. Sua candidatura também visa consolidar uma frente ampla em torno do presidente Lula, sem abrir mão de alianças estratégicas com nomes como os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), ambos cotados para compor novamente a chapa majoritária.
A movimentação ganhou força nesta semana, após reunião entre Márcio Jerry (PCdoB-MA) e o presidente nacional em exercício do PT, Humberto Mota, que reafirmaram o projeto eleitoral em curso. A candidatura de Camarão deve ser apresentada como um gesto de unidade partidária, mas também como resposta às demandas internas por maior protagonismo da legenda no estado.
Historicamente, o PT teve atuação secundária nas eleições estaduais maranhenses, muitas vezes abrindo mão da cabeça de chapa. As poucas exceções — como as candidaturas de José Dirceu em 1998 e de Raimundo Monteiro em 2002 — não contaram com envolvimento direto de Lula. Em 2006, o presidente chegou a apoiar Roseana Sarney, então no PFL, o que gerou críticas dentro do partido.
Com Camarão, o PT busca mudar essa trajetória e abrir um novo capítulo político no Maranhão. A expectativa é que, com o apoio declarado de Lula, a candidatura ganhe força nos próximos meses e mobilize as bases petistas em todo o estado.
Eleições 2026: a largada está dada, e o PT aposta alto no nome de Felipe Camarão como símbolo de renovação e protagonismo político no Nordeste.