O governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) reacenderam o diálogo sobre seus futuros políticos com foco nas eleições de 2026. Após um período de distanciamento, especialmente após a exoneração de Camarão da Secretaria de Educação do Maranhão em julho, ambos voltaram a se aproximar. Brandão, que saiu fortalecido das eleições de 2024 e consolidou-se como uma das principais lideranças municipalistas e de esquerda do país, propôs a Camarão uma renúncia conjunta. O governador planeja concorrer ao Senado, enquanto o vice pode buscar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Essa movimentação abriria espaço para que a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), assumisse o comando do Palácio dos Leões. Caso assuma, Iracema poderia disputar a reeleição como governadora em 2026, após um mandato tampão. A transição ocorreria através de uma eleição indireta na Assembleia Legislativa, conforme as regras da Constituição.
Nesse novo tabuleiro, a corrida pelas duas vagas ao Senado também seria alterada, anteriormente disputadas por nomes como Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PSD) e André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Weverton, que conta com o apoio do presidente Lula (PT), aparece como favorito para a reeleição, enquanto Eliziane e Fufuca estudam suas estratégias em um cenário político reconfigurado.
Braide como candidato ao governo e o fortalecimento da direita
Além das articulações envolvendo Brandão e Camarão, outro nome que surge com potencial para disputar o governo do Maranhão em 2026 é o de Eduardo Braide (sem partido), atual prefeito de São Luís. Braide, que obteve um bom desempenho nas eleições municipais de 2024, é visto como uma alternativa para a ala conservadora do estado e pode atrair o apoio de lideranças da direita, especialmente em um contexto de enfraquecimento do grupo dinista e de uma possível polarização com Iracema Vale.
Outro fator que pode influenciar o cenário é a participação de Josimar de Maranhãozinho (PL). O deputado federal tem demonstrado interesse em fortalecer seu grupo político e, segundo fontes, tem conversado sobre a possibilidade de indicar um nome para a vice-governadoria em uma eventual chapa liderada por Braide. Essa aliança entre Braide e Josimar poderia criar um novo polo de poder no Maranhão, rompendo a hegemonia do grupo liderado por Brandão e Flávio Dino nos últimos anos.
Fortalecimento da direita e novas lideranças no Maranhão
O cenário de aproximação entre Braide e lideranças da direita reflete um movimento de fortalecimento desse campo político no Maranhão, que busca ocupar espaços deixados pelas dissidências internas no grupo de Brandão e pelo desgaste do PT e do PSB no estado. A possibilidade de uma candidatura de Braide ao governo é vista como uma tentativa de consolidar uma alternativa mais conservadora, capaz de atrair tanto eleitores descontentes com o governo atual quanto aqueles que buscam uma renovação nas lideranças políticas.
Ao mesmo tempo, outras lideranças começam a despontar nesse contexto, buscando aproveitar o momento de reconfiguração do poder. Entre elas está Duarte Júnior (PSB), que já se distanciou do grupo de Flávio Dino e tem demonstrado aproximação com Iracema Vale, sugerindo uma possível disposição para compor um novo bloco político. Essas movimentações indicam que, além de Braide, outras figuras da política maranhense podem tentar se consolidar como protagonistas no cenário estadual.
Incógnitas para 2026 e os desafios da sucessão estadual
Embora as movimentações ainda estejam em fase preliminar, as articulações já demonstram que a sucessão estadual em 2026 promete ser marcada por disputas intensas e pela tentativa de ocupação de espaços de poder tanto pela esquerda quanto pela direita. A possibilidade de uma candidatura de Braide, com apoio de Josimar de Maranhãozinho e outros grupos conservadores, pode polarizar o cenário e reconfigurar a dinâmica de forças no estado.
A "Centro-Esquerda", por sua vez, tentará manter sua influência através de uma possível candidatura de Iracema Vale à reeleição, enquanto Brandão e Camarão focam em suas respectivas campanhas ao Senado e à Câmara. A disputa promete ser acirrada, com novos atores e alianças surgindo à medida que se aproximam as eleições, trazendo incertezas e desafios para os grupos que buscam se consolidar como protagonistas na política maranhense.
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