Em meio a um cenário político tenso em Paço do Lumiar, um depoimento recente do empresário Márcio José Costa Prazeres trouxe novas luzes sobre o processo que visa a cassação da prefeita Paula Azevedo (PCdoB). Durante a sessão na Câmara Municipal e em declarações ao Ministério Público, Prazeres confirmou que nunca teve contato direto com a gestora municipal.
Nos bastidores políticos, é sabido que as duas Comissões Processantes instauradas na Câmara no dia 12 de julho têm como objetivo claro a cassação da prefeita, que já está afastada do cargo há mais de dois meses. Este movimento visa abrir caminho para que Fred Campos (PSB), com a dentista Mariana Brandão como vice e contando com o apoio integral do Palácio dos Leões, conquiste a vitória nas próximas eleições.
Os aliados do clã campista indicam que a sessão para a cassação de Paula Azevedo está prevista para a próxima sexta-feira, dia 9, na sede do Poder Legislativo. No entanto, o processo conduzido pela Comissão Processante nº 454, que investiga os contratos administrativos entre o município e a empresa R.C. Prazeres, apresenta diversas irregularidades, segundo as informações reveladas pelo empresário.
Em depoimento prestado aos vereadores na última terça-feira (30), Prazeres reafirmou suas declarações anteriores, que foram desconsideradas pelo Ministério Público e pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado – GAECO. “Nunca mantive nenhum diálogo com a prefeita Paula Azevedo. Sempre tratei com os secretários", destacou o empresário.
O fato que fundamenta essa investigação também é objeto da Ação de Improbidade Administrativa de nº 0802543-97.2024.8.10.0049, que tramita na 1ª Vara da Comarca de Paço do Lumiar. A investigação, que já dura mais de dois anos, nunca ouviu a prefeita Paula Azevedo, segundo sua defesa.
A defesa da prefeita argumenta desde o início a ausência de participação e dolo, conforme exige a Lei de Improbidade Administrativa. No entanto, o entendimento das autoridades locais tem variado. Para quatro desembargadores da Corte Maranhense, os afastamentos não cumprem os preceitos legais. Já o juiz Gilmar de Jesus Ewerton Vale, responsável por três das quatro decisões, e o desembargador Kleber Carvalho, mantêm uma posição diferente.
Essa divergência de entendimentos sobre a mesma lei e fatos levanta questões que exigem respostas urgentes da Justiça do Estado. A comunidade luminense aguarda ansiosa por um desfecho justo e transparente para este caso que tem mobilizado a atenção tanto dentro quanto fora dos limites do município.
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