Jardel Magalhães espera há dois meses por uma cirurgia cardiológica. Secretaria de Saúde diz que aguarda reposição do material
“Sempre que tem material, nunca sobre para ele. Tem alguém que recebe e ele não. Toda semana chega material. Fazem três, quatro cirurgias, mas não sobra para ele”. O desabafo é da irmã de Jardel Magalhães Alves, 25 anos, que necessita com urgência de uma cirurgia para troca de válvula mecânica em seu coração.
O drama deste paciente é semelhante ao enfrentado pela idosa Maria Ferreira Passos, de 61 anos, que morreu na última sexta-feira (5), após esperar por mais de um ano pelo procedimento. Nem mesmo as oito decisões judiciais favoráveis puderam salvar a vida da idosa.
A ‘Via-Crúcis’ de Jardel começou no dia 19 de outubro de 2023, quando deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi após ter se sentido mal. Por lá, ficou internado durante 24 horas. Depois, acabou transferido para o hospital Raimundo Lima, no bairro Monte Castelo, onde ficou internado por mais 29 dias.
Por fim, mais uma transferência, dessa vez para o Hospital Carlos Macieira, onde segue internado na UTI Cardiológica, onde ainda aguardando a cirurgia.
“Aqui é questão de vida ou morte. A enfermeira que olhou meu caso, quando eu estava internado no Raimundo Lima, disse sou como uma bomba relógio. Qualquer hora pode… Puff. Entendeu? Não posso ficar calado”, desabafou Jardel, o qual é casado e tem dois filhos pequenos.
A irmã do paciente, que preferiu não ser identificada, relata que o material usado para fazer a cirurgia ou está em falta, ou então é destinado para outro paciente. “Não tem o material e meu irmão segue há dois meses sem a cirurgia que precisa”.
Assim como Jardel, como dona Maria, outros pacientes internados no hospital estadual passam pela mesma situação e seguem ainda em espera para fazer cirurgia. “Tem muita gente na mesma situação”, finalizou a jovem.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde admitiu estar sem o material para a cirurgia e tentou justificar a não realização da cirurgia do rapaz pela demora das empresas responsáveis pela reposição da grade de válvula aórtica. Necessária para a realização da cirurgia.
Por Difusora On
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