Em entrevista à socialista Morena, Cynara Menezes, o governador Flávio Dino (PSB) se colocou como vítima para justificar a saída do PCdoB. “Os incomodados que se retirem”, afirmou. Para observadores da política maranhense, é difícil encaixar Dino na posição de vítima neste debate. Dino usou e abusou da legenda comunista durante o período em que esteve lá.
Pelo PCdoB, ele elegeu-se deputado federal em 2006, concorreu à prefeitura em 2008, ao governo em 2010, virou governador em 2014, reelegeu-se em 2018, importou camaradas de todo o país e colocou-lhes na folha de pagamento do Palácio dos Leões, encaixou no partido aliados estranhos à doutrina marxista-leninista, ocupou espaços de liderança nacionalmente… Enfim, da sigla ele não pode reclamar.
A verdade é que Dino julga estar acima dos partidos, das convicções e até daqueles que ajudaram ele chegar ao poder. O político maranhense só reconhece um tipo de diálogo: o diálogo com a própria consciência.
Ao lado dele, só tem lugar de fala àqueles dispostos a concordar com o líder leonino. São os adeptos do “dinismo”, substantivo usado para definir o grupo de seguidores mais próximos do governador, Jerry, Capelli, Lula, Lago, Rubens Jr., Duarte Junior e o super secretário Felipe Camarão”. Estes ocupam posição privilegiada entre aqueles que não contestam o governador, aqueles que estão sempre dispostos a manear a cabeça positivamente, em consonância com os rugidos estridentes dos leões de bronze do palácio.
O recente desembarque de Flávio Dino ao PSB mostra que bússola que guia o político maranhense aponta sempre para os interesses dele. Empossado presidente da legenda do Maranhão, atropelou aliados e começa a montar o próprio palanque, focado em tomar de Roberto Rocha (PSDB) a cadeira no Senado Federal.
Jerry, Capelli, Lula, Rodrigo, Rubens, Duarte Junior e o super secretário Felipe Camarão – a cúpula do que é conhecido como “dinismo” – devem estar no palanque de Dino no ano que vem, também disputando a cargos na Assembleia e Câmara Federal. Além deles, nenhum outro político parece contar com a confiança do “líder”. Talvez, nem o vice-governador Carlos Brandão, enfiado no ninho tucano pelo ex-comunista.
Não por acaso, a narrativa de lealdade messiânica permeou o discurso de filiação de Duarte Junior ao PSB, com referências bíblicas ao apóstolo Pedro, ao próprio Jesus Cristo e às vindouras vacas magras que devem suceder a saída de Flávio Dino do Palácio dos Leões.
Em tempos: O editor deste blog manda uma mensagem ao governador comunista, talvez ele leia e entenda o que ocorreu no Maranhão durante o seu mandato.
“Durante o meu mandato, a história se contorceu, mas a democracia não murchou na minha mão.“ — José Sarney, político brasileiro, ex- presidente da República Brasileira.
Por Blog Ilha Rebelde
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