Nota de R$ 200 pretende evitar riscos com saques do auxílio emergencial
A nova cédula de R$ 200, lançada nesta 4ª feira (2.set.2020), foi criada porque a equipe econômica identificou risco de falta de papel moeda nos bancos. Os 67,2 milhões de brasileiros recebendo R$ 600 por mês do auxílio emergencial têm o hábito de usar dinheiro em espécie. Foi esse grupo demográfico que acabou fazendo quase secar o estoque de notas de reais nos bancos. O benefício será prorrogado até dezembro com valor mensal de R$ 300.
Ter que voltar no dia seguinte e pegar a fila de novo reduziria a satisfação com o benefício. Também traria a ameaça de corrida bancária. O alastramento da informação de falta de dinheiro disponível poderia levar os clientes bancários, não só os beneficiários do auxílio emergencial, a pensar em sacar todo o saldo que têm em suas contas.
Isso precisa ser evitado porque, em qualquer economia, a quantidade de dinheiro em circulação é menor do que a quantia as pessoas teriam direito a tirar dos bancos. O sistema funciona assim para evitar o desperdício com a impressão de notas, já que as pessoas não precisam carregar o dinheiro que juntaram. Em janeiro, havia R$ 200 bilhões em cédulas e moedas e R$ 173 bilhões em depósitos à vista nos bancos. Em 11 de agosto, data com dados disponíveis mais recentes, eram R$ 284 bilhões em circulação e R$ 254 bilhões em depósitos.
A quantidade de dinheiro em circulação subiu no Brasil e em vários países com a pandemia. Ao mesmo tempo, o estoque de notas baixou dentro dos bancos em relação ao total de dinheiro em circulação. Foi só 22% do valor total em agosto. Em janeiro, eram 90%.
Nas justificativas ao STF (Supremo Tribunal Federal) para a emissão da nova cédula (leia a íntegra), o Banco Central diz: “As incertezas trazidas pela situação inusitada levaram agentes econômicos (pessoas e empresas) a promoverem espontaneamente o aumento da poupança”. Os argumentos foram apresentados na ação em que partidos políticos questionaram a necessidade do lançamento da nova nota.
Segundo o mesmo relatório, o banco estatal estima saques semanais em suas agências de R$ 5 bilhões (em setembro e outubro) e de no mínimo R$ 3 bilhões até o fim do ano. Em julho, já em alta, eram sacados R$ 2 bilhões por semana.
Poder 360
Nenhum comentário:
Postar um comentário