Esse tipo de gafanhoto pode voar até 100 km por dia. O calor dos últimos dias favorece a vinda deles para o Brasil. Se a nuvem atravessar a fronteira, pode prejudicar especialmente as plantações de inverno
A nuvem de gafanhotos que está na Argentina se aproximou da fronteira com o Brasil.
Os gafanhotos comem - e muito. Nesta quarta (22), atacaram uma lavoura de laranjas na província de Entre Rios, na Argentina.
O monitoramento da praga no país vizinho é feito pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar, o Senasa. O órgão estima que essa nuvem, com 400 milhões de insetos, pode devorar o que 20 mil vacas comeriam em um só dia.
Como os insetos encontraram alimento em grande quantidade na região, continuam na província de Entre Rios e, agora, estão a 98 km da fronteira com o Brasil.
"O potencial de dano dela é preocupante, porque é uma nuvem onde, se ela ingressar em qualquer tipo de vegetação, ela pode deixar por terra, literalmente. Se alimentam até que acabe, o que continuar verde, vão continuar se alimentando e vão prosseguir procurando novas fontes de alimento", disse o agropecuário Juliano Ritter.
Esse tipo de gafanhoto pode voar até 100 km por dia. Mas isso vai depender da direção do vento e da temperatura. O calor dos últimos dias favorece a vinda deles para o Brasil. Se a nuvem atravessar a fronteira, pode prejudicar especialmente as plantações de inverno.
"Cereais de inverno, entra cevada para cerveja, trigo para pão, centeio para fabricação de ração animal. As árvores que são praticamente frutíferas, oliveiras e citrus. A questão das hortícolas, alface e repolho, e as pastagens, cultivadas e nativas", alertou Dori Edson Nava, pesquisador da Embrapa.
O governo gaúcho tem 70 aviões agrícolas de prontidão para aplicar inseticidas e nesta quarta (22) recebeu R$ 600 mil do Ministério da Agricultura para comprar produtos e combustível para combater a praga.
G1
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