Segundo o governo argentino, os gafanhotos não representam perigo para os humanos. A praga, no entanto, pode destruir plantações e lavouras
Uma nuvem de gafanhotos vem sendo monitorada pelo governo da Argentina nos últimos dias. De acordo com informações do Ministério da Agricultura do país vizinho, a infestação destrói plantações e lavouras por onde passa. Nesta terça-feira, 23, o país emitiu um novo alerta informando que a praga se aproxima da cidade de Entre Ríos, que faz fronteira com o Uruguai.
Um mapa interativo, divulgado pelo governo argentino, mostra a migração da nuvem de gafanhotos pelo território e classifica as regiões em vermelha (perigo), laranja (ameaça), amarelo (precaução) e verde (livre). As províncias de Corrientes, Santa Fé, Entre Ríos estão na zona vermelha. Já a Cidade del Leste está na região amarela. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul fazem fronteira com essas cidades.
No final da tarde de hoje, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro disse, em nota, que recebeu informações do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) sobre a nuvem de gafanhotos. Considerando a proximidade com a fronteira brasileira, a pasta emitiu alerta para as Superintendências Federais de Agricultura, com vistas aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária “para que sejam tomadas as medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro”.
“Segundo a Coordenação-Geral de Proteção de Plantas do Mapa, as autoridades fitossanitárias brasileiras estão em permanente contato com os seus pares argentinos, bolivianos e paraguaios por meio do Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal – COSAVE, o que tem permitido um acompanhamento do assunto em tempo real, com o objetivo de adotar as medidas cabíveis para minimizar os efeitos de um eventual surto da praga no Brasil”, consta no comunicado.
De acordo com o Ministério da Agricultura brasileiro, a praga está presente no País desde o século XIX e causou grandes perdas às lavouras de arroz na região sul nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na sua fase “isolada” que não traz problemas às lavouras, pois não forma as chamadas “nuvens de gafanhotos”. Recentemente, voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação de nuvens). A pasta afirmou, ainda, que os fatores que levaram ao reaparecimento na região “estão sendo ainda avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos”.
Segundo o governo argentino, os gafanhotos podem atravessar vilas e cidades, mas não causam danos diretos aos seres humanos – apenas as plantações e pastagens são afetadas. Agricultores da província de Formosa, que faz fronteira com o Paraguai, dizem que a infestação de gafanhotos veio do país vizinho e as plantações de mandioca, milho e cana de açúcar estão ameaçadas.
“Há gafanhotos em sua cidade? Não se assuste. Eles não transmitem doenças ou causam lesões. Os gafanhotos não representam perigo para humanos ou animais e só se alimentam de material vegetal”, diz um comunicado do Ministério da Agricultura argentino.
Veja a localização dos gafanhotos, de acordo com o governo argentino:
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