Muita gente ainda não conseguiu entender o que levou o governador do Maranhão, Flávio Dino, a modificar a sua postura com relação ao combate da Covid-19.
No início da pandemia, Dino entendia que a vida dos maranhenses seria prioridade, demonstrando que nada seria mais importante que salvar vidas, tanto que foram sucessivos decretos e até o lockdown.
No entanto, a situação mudou e hoje as vidas parecem ter diminuído a sua importância, afinal o Maranhão tem batido recorde de perdas de vidas, dia após dia, mas isso não tem sido suficiente para que o governador recue na sua ideia de flexibilizar o distanciamento social.
Até a sexta-feira (05), o maior número de mortes era de 36 em 24 horas, mas o recorde foi batido com 37. No sábado (06), o recorde foi batido com 38 óbitos, mesmo número repetido no domingo (07), agora na segunda-feira (08), infelizmente, chegamos a 39 óbitos. Ou seja, soa estranho que quanto mais pessoas estão morrendo, o governador, que priorizava salvar vidas, defende a flexibilização.
Curioso é que essa crescente nem sequer foi abordada pelo comunista durante a sua coletiva no início da semana. Além disso, se já não bastasse esse número de óbitos em alta, o visível desrespeito de isolamento social parece não preocupar o governador, que teve a “cara de pau” de responsabilizar o presidente da República, Jair Bolsonaro, por essa situação.
Por conta dessa mudança brutal de posicionamento, é que alguns adversários alegam que a priorização em salvar vidas por parte do governador, estava evidente até conseguir a declaração do estado de emergência, depois disso, o discurso começou, estranhamente, a ser esvaziado.
MP – Também soa estranho o silêncio do Ministério Público, afinal foi justamente o MP que conseguiu na Justiça do Maranhão, a decretação do lockdown na Região Metropolitana.
Só que agora, nesse momento de alta no número de óbitos confirmados em 24 horas, é estranho que o Ministério Público resolva não se posicionar e tenha adotado um silêncio sepulcral.
No Rio de Janeiro, o Ministério Público e a Defensoria Pública entraram com ação na Justiça pedindo a suspensão do decreto do governador Wilson Witzel que flexibiliza as medidas de isolamento social. Na noite da segunda-feira, a Justiça, em liminar, atendeu o pedido do MP e Defensoria, suspendendo o processo de flexibilização no estado.
Só que aqui no Maranhão, os órgãos parecem, assim como o governador, viverem uma outra realidade.
Por Jorge Aragão
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