terça-feira, 12 de maio de 2020

PESQUISAS MOSTRAM OS NÚMEROS DESFAVORÁVEIS DO MARANHÃO NO ENFRENTAMENTO A PANDEMIA

Pesquisa do IBGE e da Fiocruz também aponta que o estado ocupa a antepenúltima posição em quantidade de leitos de UTIs, outra condição desfavorável para o combate à Covid-19

Hospital Genésio Rêgo utiliza manobra Prona para melhorar ...
Foto: Divulgação - O Hospital Genésio Rêgo tem utilizado uma posição chamada Prona para melhorar a oxigenação dos pacientes com o novo coronavírus, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com vários estudos, esse tipo de posição tem mostrado bons resultados em pacientes que necessitam de ventilação mecânica, durante episódios de Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SDRA).
O Maranhão é o estado que apresenta a menor proporção de médicos por 100 mil habitantes. É o que revela pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa, também, a distribuição de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), a média de respiradores e enfermeiros por unidades da federação. Em todos os quesitos, o Maranhão aparece nas últimas posições. Os dados são de 2019 e foram gerados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para contribuir com as ações de enfrentamento à Covid-19. As informações estão disponíveis para consulta em mapas interativos do hotsite covid19.ibge.gov.br.
Quanto à proporção de médicos em relação à população em geral, o Maranhão amarga a última posição, com uma taxa de 81 profissionais por 100 mil habitantes, seguido do Pará, com 85. Conforme a pesquisa, os estados com menos médicos estavam concentrados justamente no Norte e no Nordeste. Por outro lado, a melhor média é a do Distrito Federal, onde há 338 médicos para cada 100 mil habitantes.
UTIs

Leitos de UTI estão aquém do fluxo de pacientes diagnosticados com Covid-19 no Maranhão
Em relação ao número de leitos de UTIs, o Maranhão também ocupa as últimas posições do ranking nacional. Com apenas oito leitos para cada 100 mil habitantes, o estado é apenas o antepenúltimo colocado, junto com Tocantins e Pará, e à frente apenas do Acre, onde há cinco leitos, e Roraima, que aparece em último lugar, com apenas quatro leitos de UTI para cada 100 mil habitantes.
O Distrito Federal possuía, no ano passado, o maior número de leitos de UTIs do país, fundamentais para o atendimento de pacientes graves com Covid-19. Nas unidades de saúde da capital federal, o índice foi de 30 leitos por 100 mil habitantes. Rio de Janeiro (25), Espírito Santo (20), São Paulo (19) e Paraná (18) são os estados melhores equipados.
“Os dados mostram, de modo geral, que a desigualdade no país se repete na distribuição de recursos humanos e materiais na saúde. Sudeste e Sul são mais bem equipados que o Norte e Nordeste. Essa diferença também pode ser vista dentro dos próprios estados, como Minas Gerais, em que a distribuição é desigual por regiões”, comentou o coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, Cláudio Stenner.
Respiradores
Maranhão chegou a importar respiradores da China, em operação considerada ilegal pela Receita Federal, mas equipamentos não foram suficientes para evitar o aumento do número de mortes pelo novo coronavírus no estado
O cruzamento de dados também revela a distribuição de respiradores, equipamentos que realizam ventilação mecânica em pacientes com dificuldades respiratórias graves, nas unidades de saúde do país. Novamente, o Distrito Federal lidera, com índice de 63 respiradores por 100 mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (42), São Paulo (39), Mato Grosso (38) e Espírito Santo (35).
Já o Maranhão está na penúltima posição, junto com o Piauí, com apenas 13 respiradores por 100 mil habitantes. Acompanhando a tendência revelado quanto ao número de médicos e de leitos de UTI, estados do Norte e Nordeste são os menos equipados. Em situação semelhante à local estão Amapá (10 respiradores), Alagoas (15) e Acre (16).
No Maranhão também está situada a região com maior população, mas nenhum registro de respiradores: Governador Nunes Freire, onde há 149 mil habitantes e zero equipamento.
Enfermeiros
No Maranhão, a proporção de enfermeiros em relação à totalidade da população também é uma das piores do Brasil. O estado tem 106 profissionais por 100 mil habitantes e, nesse quesito, tem situação melhor apenas do que Pará (76), Alagoas (101), Goiás (101), Sergipe (102) e Amazonas (103).
A distribuição de enfermeiros também é maior no Distrito Federal. São 198 profissionais por 100 mil habitantes. Tocantins (178), Paraíba (149), São Paulo (143), Rio de Janeiro (140) e Rio Grande do Sul (138) também se destacam na comparação.
Outra preocupação no enfrentamento ao vírus é o número de pessoas que vivem sob o mesmo teto, já que é difícil promover o isolamento interno, caso haja contágio. No Brasil, 18,4 milhões de pessoas (9,7% da população) moravam em domicílios com uma densidade de moradores por dormitório superior a três em 2019. De novo, o Maranhão aparece como destaque negativo.
O levantamento partiu do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2019 (DataSUS), que reúne as redes pública e privada, e das Informações de Deslocamento para Serviços de Saúde 2018, cujos dados foram antecipados pelo IBGE.
OEstado

Nenhum comentário:

Postar um comentário