Por Adriano Sarney
José Sarney está dando uma aula de história em suas colunas semanais no jornal O Estado. Nos textos, o presidente da redemocratização do Brasil e membro da Academia Brasileira de Letras, defende com dados precisos que se não fosse pelas suas iniciativas, o Maranhão e São Luís padeciam de infraestrutura básica: energia, água e asfalto.
É aquela máxima repetida por pessoas que presenciaram o período do Maranhão Novo, “sem José Sarney, nosso estado, principalmente São Luís, não teria uma única obra estruturante”. Infelizmente, faltou para outros gestores públicos, principalmente os municipais, a continuidade da visão de futuro do ex-governador, que conseguiu construir as bases para que São Luís se tornasse uma potência portuária, logística, turística e cultural. No entanto, é preciso retomar o processo idealizado por ele para nos tornarmos, de fato, uma cidade digna da capital do grande estado do Maranhão.
A visão administrativa combinada a um planejamento arrojado e a uma equipe de pessoas competentes, possibilitou grandes mudanças em um curto espaço de tempo. Segundo seus relatos, em um lugar onde a população sofria com a falta de água, a energia era gerada a lenha, não existiam pontes ou avenidas, o jovem político, de apenas 35 anos, asfaltou as ruas, criou a CAEMA e um novo sistema de abastecimento de água. Construiu a barragem do Batatã, ampliou a estação de tratamento de água e substituiu o encanamento da cidade. Para evitar o racionamento de energia trouxe dois novos geradores enquanto a hidroelétrica da Boa Esperança era construída para tirar definitivamente São Luís da escuridão.
Para que fosse estabelecida uma comunicação com o interior foi criada a TELMA, sendo pioneiro ao iniciar o primeiro plano de comunicação do Brasil. Criou a COHAB que viabilizou a construção de grandes conjuntos de casas populares e retirou a população da palafita que tomava a extensão que hoje é a Areinha para o outro lado do Bacanga. Construiu a Ponte José Sarney para abrir caminho para a “nova cidade” e a Barragem do Bacanga que possibilitou o acesso à Ponta do Itaqui. Abriu avenidas como a Kennedy e apoiou Haroldo Tavares no desenvolvimento de outras grandes obras como o Anel Viário. A BR135, que liga São Luís a Teresina, foi outro grande acontecimento de seu governo.
Nos anos seguintes de seu mandato de governador, lutou para trazer o porto, hoje Ponta da Madeira, do Pará para o Maranhão e idealizou a Ferrovia Norte-Sul. Apoiou, junto com Dona Marly, a Fundação Antonio Jorge Dino na viabilização de recursos para a construção e aquisição de equipamentos do novo Hospital Aldenora Belo que viria a ser inaugurado em 1989, fato que eu tomei conhecimento ao visitar Dona Enide Dino que me contou a história do hospital.
José Sarney dá uma verdadeira lição aos atuais e aqueles que pretendem administrar o destino da nossa capital. Precisamos trazer de volta o entusiasmo, energia, dinamismo, competência, planejamento de outrora. Só quem conhece a história pode falar da construção, modernização e expansão da nossa capital. É preciso deixar de lado as ações politiqueiras e imediatistas para retomar projetos planejados, inovadores e modernos para São Luís.
O poder público municipal é capaz de realizar grandes obras com qualidade com objetivo de oferecer um ambiente favorável para novos investimentos. Propiciar novas oportunidades com um olhar voltado para as nossas aptidões econômicas, logísticas, culturais e turísticas.
É necessário um governo que não se preocupe apenas com as eleições e projetos pessoais de poder, mas em preparar a nossa capital para as próximas gerações. Ter visão de futuro é ter planejamento, mas, acima de tudo, vontade de romper com o status quo da política atual e colocar a cidade acima de qualquer interesse.
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