Um suposto caso de pedofilia cuja vítima seria uma aluna de um curso de música ministrado no Teatro Arthur Azevedo vem sendo mantido no mais absoluto sigilo pela direção e está impune até o momento. Fonte do blog denunciou – por escrito – que a vítima é uma criança de 11 anos e que o autor é um professor lotado na histórica casa de espetáculos, contratado pelo governo, via Secretária de Estado da Cultura (Secma), afastado após o crime vazar internamente.
Segundo o informante, o crime está sendo acobertado pela direção do teatro por pavor de um inevitável escândalo. A postura omissa tem causado revolta em outros alunos, em pais e até mesmo em servidores do Arthur Azevedo. “É preciso cobrar investigação desse crime de pedofilia, cometido por um dos professores que dá aula de artes, um tal professor de música”, exige a fonte. Entre os que demonstram indignação com o fato é unânime a opinião de que o governo comunista jogou a poeira para debaixo do tapete, chancelando a decisão do diretor do teatro de acobertar o crime. “O Arthur Azevedo é para ser tratado como um templo sagrado. Todo mundo do teatro sabe da pedofilia e ninguém fala nada”, lamenta.
Perguntas sem respostas
Em meio à tentativa de abafar o caso persistem alguns questionamentos, que só poderão ser respondidas se for instaurado inquérito policial e/ou no Ministério Público e um processo na Justiça: como ficou a criança? Está sendo tratada? E o criminoso, foi processado? A direção do teatro não faz nada? E quanto aos professores que sabem e nada fazem? E o governador, também não faz nada? O Ministério Público já foi informado? Como é feita a seleção de professores para atuar no teatro? Como é o contrato desses professores? Porque são contratados apenas professores indicados e nenhum formado pela UFMA e pela Uema? Porque colocam alunos para dar aula com tanto professor formado, com pós-graduação, com mestrado? “Isso é dinheiro público. Isso tem que ser moralizado”, exige o informante.
Diante da revolta provocada pelo gravíssimo episódio, há quem questione os critérios adotados pelo teatro para contratação de professores. Segundo relato feito ao blog, são admitidos apenas amigos indicados, muitos dos estudantes, com formação incompleta.
Conforme apurou o blog, a própria aluna, uma menina tem 11 anos, revelou o abuso que sofreu a outros professores, que comunicaram imediatamente o caso ao diretor do teatro. Este, por sua vez, teria preferido ocultar a denúncia. Outras alunas, da mesma faixa etária, contaram que também já haviam sofrido abusos e que o autor foi o mesmo professor.
Detalhes sórdidos
De acordo com as vítimas, ele costumava tocar em suas partes íntimas, acariciar, assediava, convidava para sair. “A única providência tomada foi afastá-lo de sala de aula. A partir daí, esconderam o caso”, revolta-se a fonte, acrescentando que a exclusão do professor só foi determinada porque a criança abusada contou a outros professores. “Se ela não tivesse contado, nada teria sido feito pela direção, assim como ocorreu em casos anteriores”.
A maioria dos alunos matriculados nos cursos oferecidos pelo Teatro Arthur Azevedo é de origem pobre. Quase todos moram na periferia. “Como só contratam para dar aulas gente despreparada, sem ainda ter concluído a formação, a tendência é que coisas erradas continuem acontecendo”, prevê o denunciante. “Não tem seleção nenhuma para nada. As vagas de professor são ocupadas apenas por amigos”, reitera.
Ainda de acordo com a fonte, todo mundo no teatro sabe dos casos. “Todos sabem de tudo e não fazem nada, ficam escondendo. Só gente pilantra. E se fossem filhas deles, iam achar bom?”, pergunta. “Isso é dinheiro público sendo gasto em nome da cultura. Tudo mentira. Estamos pensando em enviar a denúncia ao Fantástico e ao presidente da República para ver se alguém dá jeito nisso”.
O blog aguarda pronunciamento da direção do Teatro Arthur Azevedo e coloca-se à disposição para os devidos esclarecimentos.
Saiba mais
O salário de um professor do Teatro Arthur Azevedo, pago pelo Governo do Estado, varia de R$ 1.500,00 a R$ 4.000,00. Por esses valores, os instrutores cumprem uma jornada de trabalho não superior a dois dias por semana, no turno matutino.
O Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário