O governo Flávio Dino (PCdoB) deu início, há duas semanas, a uma demissão em massa recorde na área de saúde. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Maranhão (Sindsaude), serão mandados embora nada menos do que 2 mil trabalhadores, entre porteiros, técnicos de enfermagem, enfermeiros, serviços gerais, recepcionistas, motoristas, maqueiros, coordenadores e até médicos. O plano, classificado como maligno pela categoria, está sendo executado de forma gradativa pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH).
A presidente do Sindsaude, Dulce Sarmento, defendeu a mobilização da classe para tentar fazer cessar as demissões, que, segundo apurou o blog, já atingiram as UPAs do Araçagi e da Cidade Operária e o Hospital Geral (Hospital de Câncer). A sindicalista mostrou-se disposta a liderar um ato em apoio aos profissionais demitidos e aos que ainda serão demitidos, mas condiciou o movimento à adesão maciça da classe à causa, algo que diz não estar acontecendo.
Dulce Sarmento lamentou o que chamou de desânimo dos trabalhadores diante dos desligamentos e da negação de direitos trabalhistas. Em áudio enviado à categoria, via WhatsApp, ela afirmou que estaria disposta a ir ao hospital (Geral) e a chamar a imprensa para denunciar a grave situação se tivesse a certeza de que todos os trabalhadores que estão sendo demitidos e os demais que estão sob ameaça de demissão marchassem juntos na luta.
“A gente faria logo um movimento na porta do hospital e talvez assim as demissões parassem. Mas o trabalhador está tão pra baixo. Me passaram a informação de que se ajeitassem as escalas e se fosse pago o adicional de 40% de insalubridade estaria tudo bem, apesar de não estar nada bem, sem aumento, sem nenhuma perspectiva, do jeito que eles (o governo) bem entendem”, ponderou, confirmando a cruel previsão de demissão em massa de mais de dois mil servidores da saúde.
Renúncia
A presidente do Sindsaude considerou inadmissível a renúncia de direitos por parte dos trabalhadores, que parecem abrir mão de tudo, até da dignidade, para se submeter aos abusos e às arbitrariedades. “Então, não tem como. Eu, particularmente, estou me sentindo presa, amarrada em uma camisa de força, só ouvindo os queixumes, enquanto estão demitindo tantos e a gente sem poder fazer nada, porque o sindicato só pode fazer alguma coisa se o trabalhador der suporte, sem o trabalhador não tem condição”, lamentou.
“Vocês podem até dizer que o sindicato não serve para nada, não presta, não faz nada, mas é isso. Eu gostaria muito de ir ao Hospital Geral ver todos os trabalhadores que foram demitidos e os que ainda serão demitidos”, assinalou, para, em seguida, apontar a mobilização como única esperança. “As demissões não vão parar por aí pelo que a gente está vendo, mas, se a gente fizer um levante, aí a gente consegue, caso contrário, não tem como. É assistir todo dia um companheiro ser demitido”, lastimou-se.
O Estado
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