Lamentável a notícia de que o Maranhão é uma das 13 unidades da federação que não bateram a meta da campanha de vacinação contra o sarampo, doença grave, que já matou 14 pessoas no Brasil, metade delas crianças. Mais preocupante ainda é saber que dois novos casos da enfermidade foram registrados no estado, que agora contabiliza seis diagnósticos confirmados, além de vários outros em investigação.
De acordo com o balanço das ações da primeira etapa da campanha nacional de vacinação, divulgado na última terça-feira (29) pelo Ministério da Saúde, a taxa de cobertura do Maranhão está em 82,45% do público-alvo, formado por crianças de seis meses a menores de 1 ano de idade. O estado está mais de 12,5% abaixo da meta a ser alcançada, uma realidade preocupante. Para atingir o índice estabelecido pelo Governo Federal, pelo menos 95% das 238.088 crianças de seis meses a menores de 5 anos devem tomar a vacina tríplice viral, que protege não só contra o sarampo, mas também contra a caxumba e a rubéola.
O Maranhão é um dos quatro estados no Nordeste que ainda não atingiram a meta da campanha contra o sarampo. E apresenta a segunda pior cobertura de vacinação na região, à frente apenas da Bahia. Do total de 217 municípios maranhenses, 88, ou seja, menos da metade, registram índice de cobertura vacinal contra o sarampo maior ou igual a 95%. Outros 117 têm taxa de imunização abaixo de 90%. E 12 apresentam índice de cobertura entre 90% e 95%.
Outro dado alarmante é o número baixo de crianças totalmente imunizadas, após terem tomado três ou mais doses da vacina tríplice viral. Só 14.801 estão nessa condição favorável. Outras 63.680 tomaram duas doses e 75.962 receberam somente uma dose. E, para aflição geral, o maior contingente é o de crianças que não tomaram nenhuma dose. Nada menos do que 77.645 meninos e meninas estão nessa situação, totalmente vulneráveis contra o sarampo, o que representa grave falha de gestão do sistema de saúde pública.
Com R$ 7 milhões já recebidos do Ministério da Saúde, do total de R$ 103 milhões já liberados pelo órgão, para a realização de ações de prevenção e combate ao sarampo, o Maranhão exibe resultados tímidos na execução dessa política pública de saúde. Como a previsão do Governo Federal é de destinar R$ 206 milhões para aplicação na campanha nacional de vacinação, mais recursos devem ser repassados ao estado.
Espera-se que com mais verba em caixa, o Maranhão seja capaz não só de atingir a meta de vacinação, mas de erradicar o sarampo, doença que pode ser letal, sobretudo nas regiões mais pobres, realidade tão comum no estado. Os números do Ministério da Saúde estão aí a alertar. Resta às autoridades locais agir com eficiência, seriedade e com o compromisso de salvar vidas.
Por Daniel Matos
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