Áudios com gravações atribuídos a um homem identificado apenas por Artur, que seria operador e assessor do deputado estadual Edivaldo Holanda, pai do prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior, confirma que há um suposto esquema de cobranças de propinas por agentes públicos da prefeitura de São Luís para liberar pagamentos de fornecedores. Os casos, porém, ainda podem motivar uma investigação.
Na primeira gravação, de 47segundos, a que o blog teve acesso, o suposto assessor do deputado aparece em conversa com um interlocutor identificado por Lindomar, tentando intermediar pagamentos junto a prefeitura comandada pelo pai do assessorado. Lindomar, conforme o blog apurou, seria dono da empresa Yara, empreiteira subcontratada pela Top Construção e Pavimentação, para prestar serviços à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), comandada pelo arquiteto Antônio Araújo.
"Lindomar, até agora não teve nada tá tudo confirmado mesmo, tá entendendo? Tá tudo confirmado! Não tá confirmado é o horário que vai cair, se vai cair de manhã ou de tarde. Mas que tá confirmado tá, para amanhã. O que a gente tem que fazer agora é rezar. Eu até me comprometi, daquele... tá entendendo? Do que cabe a mim, eu comprometi. Eu quero é resolver, que eu ganhe uma 'mixariazinha' a mais, que eu resolva e dê satisfação a você, tá? Mas tá confirmado, meu amigo! A gente teve que envolver mais duas pessoas aí, lá de dentro e ai você sabe como é, né? Quando a gente envolve, eles falam logo: e, eu? Mas, pode aguardar. Se Deus quiser vai dar tudo certinho para amanhã, tá? Se Deus quiser, tá meu amigo? Obrigado!", declarou.
Em outro material, o operador do parlamentar cita, inclusive, um ‘homem’ que mandou ele repassar a informação ao fornecedor para aguardar que tudo seria encaminhado ao banco para resolver a questão do pagamento.
"Caro amigo Lindomar, eu tô aguardando! Tu sabe que tudo é feito à tarde. É mandado para o banco à tarde. Todo pagamento, de prefeitura e Estado, é desse jeito, tá? Cai hoje, na compensação. Eles mandam e cai. Vamos esperar. Agorinha, eu mandei mensagem para o ‘homem’ e ele mandou aguardar. Tá tudo certinho, não tem nada de problema. Tá tudo encaminhado para informar o Banco do Brasil para resolver. Segurar aí, segura aí, que eu dou notícia. Tá ok? Segura aí que eu dou notícia", completou.
O que causa curiosidade é que os supostos pagamentos foram efetuados na conta da Top, mas a empresa subcontratada teria recebido apenas metade do valor pago pelo município. Foram dois pagamentos: um no valor de R$ 446.424,26, efetuado no dia 13 de março deste ano; e outro de R$ 286.408,20, também realizado na mesma data.
Os fornecedores subcontratados relatam que foram lesados pela empreiteira. Na tentativa de reunir provas, eles gravaram conversas com o empreiteiro José Tadeu Cunha Pinto, dono da Top Construção e Pavimentação, que teria confessado supostos pagamentos de propina em obras tocadas pela empresa. Uma série de reportagens que será produzida pelo blog vai mostrar como o dinheiro era desviado e utilizado até para gastos com fornecedores de campanha.
A Semosp é uma das pastas suspeitas de desviar recursos através de subcontratos com os fornecedores, que futuramente devem ser arrolados numa possível investigação, para apurar a organização suspeita de saquear os cofres do município.
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