Passei os dois últimos anos do primeiro governo de Flávio Dino fazendo análises e críticas sobre seu modo de agir politicamente. Indiquei e provei diversas vezes que a mecânica da política se impõe sobre qualquer um e em qualquer caso, não importando quem seja o agente ou sua ideologia. Digo isso para reafirmar que a mera mudança de governante não significa mudança na prática política propriamente dita.
É bem verdade que pelo fato do grupo hegemônico anterior ter permanecido muito tempo no poder, a mudança que ocorreu em 2014 se sobressaiu bem mais.
Há uma outra coisa que precisa ser dita. Flávio Dino, espertamente, agiu em seu primeiro mandato como se na verdade estivesse na oposição, fazendo com que as críticas e as cobranças que deveriam ser feitas ao seu governo, fossem direcionadas para seus adversários!
Mas isso tudo é passado! Vamos ver o que o presente nos oferece e qual futuro nos aguarda.
FD está fazendo uma grande rearrumação em seu governo, trocando secretários de pastas, demitindo uns e indicando novos para substituí-los. O governador tem para com seus auxiliares uma postura muito peculiar. Ele não é igual a João Castelo, que ganhou de seus amigos o carinhoso apelido de “Deixa Comigo”, pois em que pesasse ter um excelente time de secretários, Castelo jogava nas 11 e fazia gols de placa em várias áreas! Flávio tem poucos auxiliares que possam ser chamados realmente de secretários, pessoas que realmente tenham autonomia. O que ele tem em abundância são prepostos, pessoas designadas por ele para cumprirem o papel protocolar de obedecê-lo e seguirem milimetricamente suas orientações.
Depois de se eleger para um segundo mandato, o governador precisa reacomodar seus aliados, que não são poucos, e para isso precisa calcular com astúcia e perícia cada movimento, no que é ajudado pela falta de competência de seus correligionários no que diz respeito à indicação de bons nomes para ocuparem cargos estratégicos.
Exemplo disso é o DEM, que perdeu a SEDES por não ter a sabedoria de indicar o nome do ex-líder do governo, Rogério Cafeteira, para essa secretaria. Flávio Dino precisava colocar Rogério em um cargo e o DEM, pensando mais em seu umbigo, perdeu uma grande oportunidade de empreender uma das mais importantes manobras da política: fazer filho na mulher dos outros!…
Rogério Cafeteira foi indicado para a SEDEL na conta pessoal do governador e o DEM parece que ficará com menos do que já tinha ou receberá algum posto bem menor que a SEDES.
Sobre a indicação de Cafeteira para a SEDEL, Dino comete o mesmo erro cometido por Roseana Sarney em 2011, ao nomear uma pessoa com excelente qualificação em outras áreas para exercer a gestão da SEDEL.
Quanto ao futuro, tudo indica que os ventos sopram decisivamente para estufar as velas do barco de Carlos Brandão, que como vice-governador, deve assumir o governo em meados de 2022 e se candidatar ao governo.
Deste movimento dependem todos os outros que passo aqui a imaginar e relatar: Em 2022 Flávio Dino se desincompatibilizará para disputar o Senado; Brandão, que sábia e competentemente, desde já, começa a criar em torno de si um grupo que lhe garanta a disputa do governo com grande vantagem, tomará posse; Weverton e Josimar devem ser outros dois postulantes ao governo e também estão neste mesmo grupo político; no time da oposição não vislumbro até este momento nenhum nome que possa ameaçar Brandão; Weverton deve se acertar com o vice, que precisará em sua campanha, do partido do senador, o PDT, que numa negociação vai querer indicar o vice do colinense; Josimar pode ou não se candidatar ao governo, mas penso que o “bota pra moer” que existe dentro dele não permitirá, levando-o a um possível acordo.
Bem, era isso que eu tinha pra dizer hoje! Até uma outra oportunidade.
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