O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Maranhão (Liesma) e presidente da Turma de Mangueira, Itamilson Corrêa Lima, não poupou críticas ao secretário municipal de Cultura, Marlon Botão, durante entrevista que concedeu no início da tarde desta sexta-feira ao programa Carnaval na Difusora, apresentado pelo jornalista Joel Jacintho e pelo radialista Juarez Souza. O dirigente acusou o titular da Secult de tratar com desrespeito a cultura popular ao mentir sobre a liberação do recurso destinado pela Prefeitura de São Luís às agremiações. Diante do que chamou de descaso, Itamilson ameaçou cancelar o desfile de passarela deste ano.
Italmilson Lima deu um ultimato: se até este fim de semana o impasse financeiro não for resolvido, na próxima segunda-feira, convocará uma entrevista coletiva para anunciar o cancelamento dos desfiles. Dez escolas disputam, este ano, o Carnaval de Passarela: Terrestre do Samba, Mocidade da Cohab, Império Serrano, Mangueira, Flor do Samba, Unidos de Fátima, Túnel do Sacavém, Turma do Quinto, Favela do Samba e Marambaia. A programação de desfiles foi anunciada no final de janeiro.
Revoltado com a postura de Marlon Botão, o presidente da Liesma questionou a aptidão do secretário para lidar com a cultura popular. Segundo ele, está na hora de repensar as indicações para o cargo, que exige do ocupante sensibilidade e compreensão do que é cultura, o bom trato com pessoas humildes, dentre outras afinidades.s
Silêncio quebradoPassarela do samba já está sendo montada para os desfiles no Anel Viário (Foto: Biné Morais/O Estado)
Itamilson Lima revelou que a princípio ficou acertado que questões relativas ao custeio do Carnaval pelo poder público não seriam expostas. Segundo ele, seu manifesto foi motivado pelo desrespeito com que o secretário vem tratando o Carnaval e os grupos que fazem a festa. E acrescentou que algumas escolas ainda não têm nada preparado para o desfile faltando cerca de 15 dias para o Carnaval de passarela, pois aguardam a liberação da verba.
O dirigente alegou, ainda, que os materiais usados para a confecção das alegorias, fantasias e outros itens usados pelas escolas nos desfiles são de alto custo e que muitos artigos não estão disponíveis no mercado local, o que obriga os carnavalescos a recorrer a outros estados, encarecendo ainda mais a produção.
Afirmou, também, que todos os dias conversa com Marlon Botão, pelo menos duas vezes, por telefone, em busca de informações sobre a verba das escolas. Segundo ele, o secretário já chegou a garantir que o dinheiro já fora liberado, informação que logo depois se mostrou mentirosa, já que o montante já pago foi destinado à empresa responsável pela estrutura de passarela.
Ainda de acordo com Itamilson, a explicação do secretário é de que problemas no Banco do Brasil estariam impedindo o repasse do recurso.
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