Bastou a primeira chuva para que a Unidade de Pronto Atendimento de Chapadinha (UPA) ficasse totalmente alagada. Devido ao forte temporal que desabou sobre a cidade na noite dessa quarta-feira (17), o forro do teto se rompeu e a água invadiu o prédio, dando início a uma operação emergencial para secar as instalações médicas e remover pacientes mais graves para o Hospital Regional.
Algumas alas foram inundadas. A água chegou até a altura da canela em alguns recintos, o que interrompeu o atendimento aos doentes que aguardavam na fila de espera.
O incidente foi mais uma prova da precária manutenção da rede de saúde estadual no governo Flávio Dino (PCdoB), que já teve sua rotina abalada sucessivas vezes em meio ao caos e a casos de corrupção. Assista:
Escândalo
Inaugurada em março de 2017, a UPA de Chapadinha esteve no epicentro de um escândalo que quase levou à cadeia ninguém menos do que o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. O gestor foi acusado de contratar irregularmente, por meio de uma licitação fraudada, uma organização social para administrar a unidade de saúde.
Apontado como partícipe do esquema de desvio de recursos da pasta que comanda pelas investigações da Polícia Federal, no bojo da Operação Pegadores, deflagrada em novembro do ano passado, Lula chegou a pedir dois habeas corpus preventivos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tentativa de trancar a investigação da PF e evitar sua prisão.
A mesma sorte não tiveram a ex-subsecretária de Saúde Rosângela Curado e o médico e ex-gestor da pasta Mariano Castro (que suicidou-se meses depois da Operação Pegadores). Ambos foram detidos pela PF, que apurou que eles sempre estiveram na linha de frente do esquema, operado por meio da contratação irregular de servidores e de empresas prestadores de serviço à saúde.
Os atos de improbidade teriam resultado no desvio de R$ 18 milhões da pasta entre os anos de 2015 e 2017 e até hoje não se tem notícia sobre a devolução da verba surrupiada.
Por Daniel Matos
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