Numa entrevista concedida à revista Maranhão Hoje de julho, que chega às bancas na próxima semana, o jornalista Fernando Júnior, proprietário do Instituto Escutec, estima que cerca de 30% ou mais dos eleitores maranhenses ainda não definiram em que votar para governador.
Segundo ele, o grande desafio dos institutos de pesquisa neste cenário é saber quem vai acertar se haverá ou não segundo turno, o que deve ficar mais claro somente a partir da segunda quinzena de setembro.
No que diz respeito à eleição presidencial, ele estima que esta indefinição chega também a 30%, porém o maior número de indecisos diz respeito à eleição de senador, pois está beirando os 70%, o que se constitui no grande desafio dos candidatos, pois terão de convencer um número muito grande de eleitores, em pouco tempo de campanha, para chegarem no dia da eleição com segurança. Para ele, quatro candidatos de três chapas diferentes disputam as duas vagas, e não dá para afirmar se os dois serão de uma mesma coligação.
Fernando Júnior acredita que 70% dos votos irão para os primeiros colocados da disputa para governador, e isto dá uma margem muito grande para haver um segundo escrutínio, principalmente se outros candidatos que aparecem com pequena margem em algumas pesquisas não atingirem os dois dígitos. Para ele, o cenário é de completa indefinição e não arrisca um palpite sobre o que vai acontecer.
Pesquisas – Ele cita três exemplos de eleições em que os eleitores foram contra ao que afirmavam alguns institutos. Em 2008, por exemplo, várias pesquisas asseguravam que João Castelo seria eleito no primeiro turno, o que foi contestado apenas pelo Escutec, que previu a disputa em segundo turno com Flávio Dino (PCdoB). Na eleição de 2016, houve a mesma empolgação por parte de alguns institutos, que, com bastante antecedência do pleito, davam Edivaldo Holanda Júnior (PDT) eleito no primeiro turno, mas ele foi obrigado a disputar um segundo, com Eduardo Braide (PMN), e por pouco não perdeu.
Outro caso, que ele exemplifica de como os institutos podem se trair é a eleição de 2014, que era dada como ganha por Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, contudo, houve uma segunda rodada com Aécio.
Para o jornalista, essas situações ocorrem devido ao andamento da campanha e alguns não se dão conta do que está mudando. No caso da eleição de 2016, foram os dois debates com a participação de Braide que deram a ele uma grande visibilidade, ultrapassando Eliziane Gama (PPS), que por muitos meses foi dada como vitoriosa ainda no primeiro, e Welington do Curso (então PP hoje no PSDB), que ameaçava chegar ao segundo turno.
É preciso, segundo ele, muita cautela neste momento, pois a campanha ainda não começou de fato, os debates ainda não foram realizados e somente a partir do final de agosto é que haverá uma maior movimentação dos candidatos. Ele acredita ainda que a eleição presidencial pode influenciar na definição do voto no eleitorado maranhense.
“Toda prudência é pouca, pois quem errar menos vai ter mais chances de vencer, e pode ser que surja um fator surpresa de onde menos se espera”, diz Fernando Júnior.
Fonte: Linhares Júnior
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