Por: G1 Maranhão
A Superintendência Estadual de Investigações Criminais
(Seic), Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção,
Superintendência Estadual de Combate ao Narcotráfico (Senarc) e Grupo de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – do Ministério Público do Maranhão (MP-MA)
– iniciou na manhã desta quarta-feira (18) a segunda fase da operação ‘El
Berite’, de combate à agiotagem e à corrupção no Maranhão, em Bacabal (MA) –
município localizado a 240 km de São Luís – e outras cidades.
A operação cumpriu mandados de prisão preventiva contra o
ex-prefeito de Bacabal (MA) – município localizado a 240 km de São Luís –,
Raimundo Nonato Lisboa; os ex-secretários da prefeitura, Aldo Araújo de Brito
(também ex-presidente da comissão de licitação) e Gilberto Ferreira
(ex-tesoureiro); o agiota Josival Cavalcante da Silva, conhecido como
‘Pacovan’, e a esposa, identificada como Edna Maria Pereira; e o filho da
ex-prefeita da cidade de Dom Pedro (MA), Eduardo José Barros Costa.
Em abril deste ano, o ex-prefeito de Bacabal, Raimundo
Lisboa, havia sido preso na primeira fase da operação ‘El Berite’, como
desdobramento da ‘Operação Detonando’, realizada em 2012 após o assassinato do
jornalista Décio Sá. Raimundo Lisboa foi prefeito do município entre 2004 e
2012 e presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). À época,
outras quatro pessoas foram presas, todas ligadas à prefeitura, entre elas
também o ex-presidente da comissão de licitação de Bacabal, Aldo Araújo de
Brito.
O agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, preso desde 23 de
abril de 2012 – acusado de ser um dos mandantes do assassinato do jornalista
Décio Sá, em abril de 2012, e por encabeçar uma quadrilha que praticava
agiotagem em prefeituras no Maranhão –, também teve a prisão decretada pela
Justiça.
O esquema
De acordo com o superintendente de Combate à Corrupção,
delegado Lawrence Pereira, R$ 4,5 milhões foram desviados para a agiotagem. Os
desvios foram comprovados pelos autos do inquérito, por meio da quebra de
sigilos bancários.
“Trata-se de uma organização criminosa que tinha como
objetivo principal o desvio de verba pública pertencente ao município de
Bacabal. Todos os presos, todos os denunciados que agora respondem a processo
penal na Justiça de Bacabal, eles usufruíram do dinheiro desviado e essas
pessoas tiveram, ou através de ‘laranjas’ ou através de suas próprias contas
bancárias, repasses feitos pela Prefeitura de Bacabal, seja diretamente ou
através de desvios, e se locupletaram (enriqueceram) desse dinheiro público”,
explica.
No esquema, o agiota empresta dinheiro às candidaturas de
prefeitos durante a campanha eleitoral e após o gestor ser eleito, processos
licitatórios são forjados com a ajuda de ‘laranjas’ para desvio de verbas
públicas.
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