Por: G1 Maranhão
Em sessão instável, o dólar fechou acima de R$ 3,90 nesta
terça-feira (20) pela primeira vez em duas semanas, acompanhando os movimentos
da moeda norte-americana no exterior em mais um dia marcado por poucos
negócios, com investidores ainda preocupados com a indefinição política no
Brasil.
O dólar avançou 0,67%, a R$ 3,9028 na venda, na maior
cotação de fechamento desde 2 de outubro (R$ 3,9457).
A divisa dos EUA chegou a cair a R$ 3,8472 na mínima do dia,
mas passou a subir no início da tarde.
Na semana, o dólar acumula alta de 0,76% e no mês, queda de
1,58%. No ano, há valorização de 46,79%.
"Sem grandes notícias, o mercado opera pontualmente,
especula bastante e o volume pequeno tende a aumentar a volatilidade",
disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Incertezas que vão desde a permanência de Joaquim Levy no
Ministério da Fazenda até a possibilidade de eventual processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff vêm deixando investidores nervosos nas
últimas semanas, mas o ritmo mais lento do noticiário no início desta semana
levou o mercado de câmbio a reduzir a marcha, destacou a agência Reuters.
Além disso, muitos operadores vêm evitando realizar apostas
expressivas por medo de serem pegos no contrapé em um momento de fortes
incertezas. "O mercado está muito machucado, não tem fluxo. Só tem
estrangeiro operando", disse o especialista em câmbio da corretora Icap
Ítalo Abucater.
Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h20, recuava 0,477%, a R$ 3,8583.
Às 10h30, recuava 0,382%, a R$ 3,8620.
Às 11h20, recuava 0,144%, a R$ 3,8712.
Às 12h26, avançava 0,04%, a R$ 3,8786
Às 13h03, recuava 0,11%, a R$ 3,8727
Às 13h48, recuava 0,07%, a R$ 3,8741.
Às 14h09, avançava 0,17%, a R$ 3,8832.
Às 14h40, avançava 0,55%, a R$ 3,8982.
Às 15h05, avançava 0,45%, a R$ 3,895.
Às 15h35, avançava 0,58%, a R$ 3,899.
Às 16h, avançava 0,77%, a R$ 3,9067.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao seu
programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps
cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que
equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou
US$ 6,655 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Cenário no Brasil e internacional
Nesta manhã, a oposição informou que adiou para quarta-feira
o protocolo na Câmara dos Deputados do novo pedido de impeachment contra Dilma.
Por outro lado, no campo fiscal, aumentava a expectativa
sobre uma nova revisão da meta de superávit primário deste ano, com o governo
podendo reconhecer um déficit que poderia chegar a R$ 50 bilhões.
No campo externo, dados mistos sobre a economia dos Estados
Unidos vêm trazendo dúvidas sobre se os juros norte-americanos subirão neste
ano. Se de fato o Federal Reserve, banco central dos EUA, não agir neste ano,
ativos de países emergentes, que pagam juros elevados, continuariam atraentes.
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