Por: G1 MA
Sem acordo com o governo federal, a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa nesta quinta-feira (24) 79 dias do Maranhão. Na última terça-feira (22), em assembleia geral realizada na sede da Gerência Executiva na avenida dos Holandeses, em São Luís (MA), eles decidiram pela continuidade da paralisação. Em todo o Maranhão, 85% dos quase mil servidores aderiram à greve e apenas três agências estão funcionando para atendimento ao público, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado do Maranhão (Sintsprev-MA).
Os servidores do INSS paralisaram suas atividades no dia 7 de julho para solicitar reajuste salarial de 27,5 % imediato, com aumento gradual nos próximos quatro anos. Durante o período de greve, o governo federal chegou a apresentar diversas propostas, todas recusadas pelos servidores. “Infelizmente a proposta encaminhada pelo o governo federal nessa semana ainda apresenta alguns impasses que pudessem pôr fim a greve”, explicou ao G1 o servidor do INSS, José Marques Jr.
Entrave
O maior impasse entre servidores e governo é a questão da reposição nos dias em que ocorreu o movimento grevista. “Hoje o principal problema que nós encontramos é a reposição das horas, dos dias parado”, diz o servidor.
Ele acrescenta que, a ideia do governo de querer que os servidores reponham os dias perdidos com mais horas de trabalho é considerada inviável e afirma que a realização de mutirões seria uma boa saída para as duas partes. “O governo quer que a reposição seja feita em horas e isso faria com que nós levássemos, mais ou menos, oito meses trabalhando 10 horas por dia para que pudesse haver a reposição das horas e a categoria entende que a melhor forma de repor o tempo parado e desrepresar os atendimentos que ficaram nesse período seria através de mutirões”.
Dificuldade dos segurados
Durante a greve, apenas agendamentos de auxílio-doença estão sendo atendidos. O G1 encontrou segurados como José Raimundo de Jesus Oliveira, de 40 anos, que não conseguiu ser atendido e reclamou do pouco número de atendentes e da lentidão no serviço. “Muito lento o atendimento. A gente chega 6h30 quando começa a distribuir a senha. Dizem que tem, mais ou menos, 200 senhas. É a segunda vez que eu venho aqui. Cheguei aqui, era 10h, saí 15h30, mas faltou um documento”, relatou.
Já o operador de empilhadeira Raimundo Leopoldo Alves Filho, de 43 anos, até conseguiu ser atendido na agência do Parque do Bom Menino, região central de São Luís (MA), após duas horas de espera, mas o resultado não foi o que ele esperava. “Consegui, mas meu pedido foi indeferido. Eu vim só receber o resultado da perícia e foi indeferido. Demorou um pouco, mas, graças a Deus, eu consegui”, relata. Agora, ele terá que recorrer pela Central 135.
Atendimento
Em nota oficial, o Ministério da Previdência Social informa que os segurados que possuam agendamento para atendimento em alguma agência e que não sejam atendidos em razão da paralisação dos servidores terão sua data de atendimento remarcada, na própria agência, e que a Central de Atendimento 135 está à disposição para prestar estas e outras informações e orientar os segurados.
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