Por: G1
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira (12) que não vê na reaproximação entre governo e PMDB uma tentativa de isolá-lo.
O estreitamento de relações entre o partido e o Palácio do Planalto tem ganhado força principalmente nos últimos dias, depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adotou uma postura de maior proximidade com a presidente Dilma Rousseff.
Outro movimento da reaproximação com o partido é o almoço desta quarta do vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, com deputados da bancada do PMDB na Câmara. Na ocasião, ele deverá fazer um apelo aos parlamentares para evitar aprovação de projetos que possam causar impacto negativo nas contas do governo, as chamadas "pautas-bomba".
Cunha, que desde o início do ano tem levado ao plenário da Câmara temas que desagradam o governo, também foi chamado para o almoço de Temer. Ao sair do Congresso no final da manhã, ele foi questionado por um jornalista se há uma tentativa do vice-presidente de deixar "um pouco de lado" a liderança de Cunha.
“Eu estou no almoço. Se eu estou lá, convidado, vai me isolar de mim? Estou convidado, participo”, respondeu o presidente da Câmara.
“Se eu estou junto do almoço não tem tentativa de nada. Estamos todos juntos. Não existe isso. Nem eu estou disputando nada com ninguém”, continuou.
Senado
A bancada também deverá discutir no almoço a aproximação entre Renan e Dilma.
A petista recebeu na segunda (10), em um jantar no Palácio do Alvorada, 21 ministros e cerca de 40 dos 81 senadores numa estratégia de convencer o Senado a barrar as pautas com impacto nos cofres públicos.
Na ocasião, Renan apresentou uma agenda com 27 projetos em diferentes áreas para serem aprovados no Congresso e que acabaram encampados por Dilma.
Cunha chegou a fazer críticas ao governo ao deixar a Câmara de fora das conversas e atacou dizendo que o Planalto agia como se “só existisse o Senado”.
Questionado se esse almoço da bancada da Câmara será uma resposta ao movimento no Senado, Cunha disse que seria preciso esperar o final do encontro.
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