O que será prejudicado caso a UFMA pare de funcionar este ano? Esta dúvida ainda continuou no ar após a alarmante notícia dada pelo reitor da Universidade, Natalino Salgado. Em entrevista dada na manhã de ontem, Salgado explicou, em detalhes, o que e quem pode ser afetado com o corte no orçamento em mais de R$ 20 milhões pelo governo federal.
A reportagem de O Imparcial foi até o Campus de São Luís para verificar se as obras serão também paralisadas. De acordo com Natalino, esta área continuará em vigor, pois não depende do orçamento ainda não liberado pelo Ministério da Educação. Ele esclareceu também que os professores, bem como técnicos concursados, não serão prejudicados com a notícia.
“Até agora, o governo não sinalizou nenhum problema com pagamento salarial dos professores e técnicos, os que são penalizados mesmo são os terceirizados da limpeza, vigilância e também em algumas áreas de cobertura, onde não tem concursos. Sendo assim, o restaurante, o pagamento da energia e este salário dos terceirizados ficam prejudicados. Sem esses 20 milhões, fica difícil chegar até dezembro”, avalia Natalino Salgado.
Contudo, de acordo com o reitor, o funcionamento é possível, “porém com severas
restrições”. Ele afirma que é incerta a continuação das atividades na universidade. “Não sabemos se teremos condições de ir até o final do ano. Vai depender de liberação dos recursos. Há uma sinalização de que algo vai acontecer. A insatisfação é grande nas 63 universidades federais, pois são R$ 1,2 bilhões para atender todas”, disse.
Ao todo, foram 140 servidores terceirizados demitidos, entretanto, o reitor garante que não haverá mais demissões, pois as contenções estão sendo feitas. “Para que haja uma normalidade, deve ser, primeiro, resolvida a questão trabalhista dos sindicatos, isto é, a paralisação da greve, em segundo, reinício das atividades e, depois, a recomposição do orçamento das universidade para que possamos chegar até o final do ano”, conclui.
Quanto à expectativa de encerramento das atividades no segundo semestre, a estudante do 7º período de Comunicação Social da UFMA Fabiana Silva afirma que a situação é preocupante. “Já estava empolgada para começar a cadeira de projeto em monografia, pois faz parte da reta final de conclusão do meu curso. Se o semestre tiver que parar, terei que adiar muitos planos”, lamenta.
Obras e algumas aulas ainda em curso normalizado
Entre as grandes obras que se iniciaram na Universidade Federal do Maranhão, a construção do novo prédio da Biblioteca Central e do anexo do Núcleo de Educação a Distância (NEaD), as reformas dos prédios de Biologia e Odontologia e do Núcleo de Esportes da Cidade Universitária não serão paralisadas devido ao corte nos mais de 20 milhões em recursos.
Além das obras, algumas aulas, apesar da paralisação dos professores, estão previstas para funcionar normalmente. Uma delas é o início da especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. O primeiro módulo da especialização teve início no dia 17 de agosto, com carga horária de 60 horas, e servirá para familiarizar o aluno com o ambiente virtual.
A aula inaugural aconteceu na manhã da última sexta-feira (14), no auditório central do Centro Pedagógico Paulo Freire, a aula inaugural do curso de especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social. O curso conta com mais de 400 alunos, de 150 municípios. O curso é organizado em cinco módulos, que contemplam atividades de reflexão e prática, estudo e pesquisa, reflexão e ação.
Somando-se à especialização, a coordenação do Programa Inglês sem Fronteiras (IsF) comunicou que hoje começarão os cursos presencias do programa. As aulas acontecerão no Núcleo de Cultura Linguística (NCL), localizado na Praça Gonçalves Dias, no Centro de Ciências Humanas (CCH) e no prédio Paulo Freire, ambos na UFMA.
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