Em meio a um cenário de perda de influência política, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) busca reafirmar sua relevância nacional e local ao se aproximar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem tenta obter apoio para disputar uma vaga na chapa majoritária ao Senado em 2026, dentro do grupo político liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB).
Weverton foi recentemente anunciado como vice-líder do governo no Senado, cargo que, apesar do prestígio formal, não tem sido suficiente para reposicionar sua imagem entre os principais articuladores políticos do Maranhão. O senador tem sugerido que Lula apoia sua candidatura, mas fontes ligadas ao Palácio do Planalto afirmam que o presidente mantém uma postura neutra, sem vetar ou endossar nomes específicos dentro da base aliada.
A movimentação de Weverton é vista por analistas políticos como uma tentativa de reescrever sua trajetória recente. Em 2022, ele sofreu uma derrota expressiva ao disputar o governo do estado, sendo superado pelo então outsider Lahésio Bonfim, o que abalou sua imagem de liderança consolidada.
Apesar da retórica confiante, setores do grupo governista veem com ceticismo as falas do pedetista. Em uma declaração recente, Weverton afirmou que "é preciso primeiro viabilizar a candidatura de Brandão ao Senado", antes mesmo de discutir seu próprio futuro político. A fala foi interpretada por aliados como um gesto de presunção, destoando de sua atual posição na hierarquia do grupo.
A tensão se acirra à medida que se aproxima a disputa por duas vagas ao Senado em 2026. A presença de Weverton nesse cenário ainda é incerta, e seu nome divide opiniões dentro da base governista.
No último final de semana, em evento realizado em Paço do Lumiar, o governador Brandão fez alusão aos "desertoreszinhos", em referência a antigos aliados que romperam com sua candidatura. A fala, feita com Weverton ao seu lado, foi lida como um recado direto ao senador, cuja decisão de se lançar contra Brandão em 2022 ainda reverbera nos bastidores.
A disputa no Maranhão promete ser acirrada, e o espaço que Weverton terá dentro dessa engrenagem política ainda está em aberto — dependendo não apenas de suas articulações em Brasília, mas da capacidade de reconstruir pontes com a base estadual.
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