O Brasil, rico em diversidade cultural e natural, encara desafios constantes na administração pública, que evolui por três fases principais: patrimonialismo, burocracia e gestão gerencial. Essas etapas refletem não apenas a evolução administrativa, mas também a necessidade de repensar a relação entre governantes e sociedade.
Na fase do patrimonialismo, os governantes viam o que era público como propriedade privada. O nepotismo prosperou, e os interesses de uma elite se sobrepuseram às necessidades da população, promovendo corrupção e distanciamento social. O controle da população sobre os governantes era quase zero.
Com o tempo, surgiu a burocracia nos anos 30, inspirada nas ideias de Max, buscando separação entre recursos públicos e interesses pessoais. Com hierarquias e critérios meritocráticos, a burocracia pretendia aumentar a eficiência. Entretanto, muitas vezes resultou em formalismo excessivo, criando uma administração distante das necessidades das pessoas e completamente engessado.
Na década de 90, sob o governo de FHC, veio a administração pública gerencial, que tinha o cidadão como foco e buscava otimizar os serviços públicos. Novos conceitos, como “accountability” e orçamento participativo, procuraram ampliar o controle da sociedade, embora a corrupção e o nepotismo ainda persistissem como desafios.
A transição entre essas fases é complexa e lenta, com hábitos enraizados dificultando a mudança. Mesmo na gestão gerencial, traços do passado podem prevalecer, dificultando o avanço em direção a uma administração mais eficiente e transparente.
Assim, a administração pública brasileira se revela um organismo complexo, cheio de contradições e desafios. É crucial aprender com os erros do passado para evitar sua repetição, mantendo viva a esperança de uma gestão pública que realmente sirva as pessoas
A verdadeira transformação ocorrerá quando o governo ouvir e atender às demandas das pessoas que o elegeram, buscando, assim, um futuro onde a administração pública se torne uma ferramenta de justiça social e cidadania. Nesse contexto, é vital que o cidadão tenha consciência na hora de escolher seus representantes. A seleção criteriosa de políticos comprometidos e éticos é um passo decisivo para a construção de um Estado mais justo e eficaz. A escolha dos políticos impacta diretamente a qualidade da gestão pública; portanto, cabe a cada cidadão exercer sua cidadania de forma ativa, ponderando não apenas as promessas, mas também os valores e as ações dos candidatos, pois a responsabilidade pela administração pública começa na escolha de quem vota.
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