sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Redução de poder dinista no governo Brandão: Uma nova configuração política

As recentes mudanças no secretariado do governo do Maranhão indicam uma redução significativa da influência dos aliados do ministro do STF, Flávio Dino, na administração de Carlos Brandão (PSB). A saída de Felipe Camarão (PT) da Secretaria de Educação, juntamente com a exoneração de Joslene Rodrigues da Secretaria das Cidades, marca uma nova fase no governo estadual, onde a presença dos chamados “dinistas” vem sendo cada vez mais reduzida.

Felipe Camarão e Joslene Rodrigues eram dois dos três nomes indicados por Dino em 2023, restando agora apenas Bira do Pindaré (PSB), que ocupa a Secretaria de Agricultura Familiar. No entanto, há quem argumente que Dino manteve uma influência maior no governo, apontando outros nomes como Tati Pereira, Susan Lucena, Gerson Pereira, Karen Barros e Sérgio Sombra, todos com ligações estreitas com o ex-governador e atual ministro do STF.


Murilo Andrade, da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), e Marcellus Alves, da Secretaria da Fazenda (SEFAZ), permanecem em seus cargos, mas sua manutenção se deve ao desempenho técnico, sem que exerçam um papel político significativo dentro do governo.

O processo de redução da presença dos “dinistas” começou em 2023, com a perda de poder de Othelino Neto (PCdoB), que, além de perder o controle da Assembleia Legislativa, renunciou à Secretaria de Representação Institucional no Distrito Federal. Este movimento ganhou força com as eleições municipais deste ano, que aprofundaram as divisões dentro do grupo político, levando a um rompimento velado entre Márcio Jerry (PCdoB) e o governo, especialmente devido à disputa em Colinas.

No cenário político estadual, Othelino Neto é o único declarado de oposição na Assembleia Legislativa, mas figuras como Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB) e Júlio César (PCdoB) estão cada vez mais inclinados a seguir o mesmo caminho. Entre os deputados federais, Márcio Jerry pode vir a se unir a Duarte Júnior, especialmente após as eleições municipais.

Carlos Brandão, por sua vez, parece cada vez mais determinado a moldar seu governo com pessoas de sua confiança, em um movimento que lembra a estratégia adotada por Flávio Dino entre 2015 e 2022. Com um tempo limitado de governo até abril de 2026, Brandão parece consciente de que precisa consolidar sua gestão conforme sua própria visão e prioridades.

Para o grupo dinista, resta a necessidade de uma reflexão estratégica visando as eleições de 2026. Embora mantenham força política significativa, com uma senadora, deputados federais e estaduais, além de Flávio Dino no STF, eles sabem que a máquina do Palácio dos Leões pode ser um adversário formidável nas urnas.

Em tempos 1: A ausência de ação do governador e sua equipe em relação a problemas internos na Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMESERH) tem perpetuado um cenário de controle político dentro da instituição. A maioria dos cargos ainda são ocupados por indicações do deputado estadual Carlos Lula, que, mesmo sendo da oposição, exerce significativa influência. Além de controlar a EMESERH, Lula também é apontado como responsável pela gestão do Hospital Aquiles Lisboa, de onde, juntamente com o pré-candidato a vereador Raul Fagner, tem promovido mutirões de cirurgias utilizando recursos do hospital, como balanças, macas, materiais de escritório, e até mesmo o corpo técnico. Essas ações são vistas como manobras políticas que, supostamente, beneficiam o grupo de Lula em detrimento de aliados históricos do grupo do governador Brandão na região Itaqui-Bacanga.

Em tempos 2: Além disso, na próxima semana, será divulgada uma série de documentos enviados por uma ex-diretora do Hospital Aquiles Lisboa. Esses documentos revelam supostas irregularidades na gestão financeira da instituição, incluindo a falsificação de assinaturas em contratos de alimentação e materiais de limpeza. De acordo com as denúncias, havia discrepâncias entre os produtos recebidos e os atestados emitidos. Esses fatos ocorreram tanto no período que antecedeu a pandemia quanto durante a crise sanitária. A investigação dos fornecedores já está em andamento, e espera-se que o Ministério Público Estadual (MPE) tome as devidas providências com as informações recebidas.

Fonte: Blog A Capital SLZ

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