sábado, 9 de março de 2019

NÚMERO DE REFUGIADOS NA VENEZUELA ULTRAPASSARÁ 5 MILHÕES DE PESSOAS ATÉ O FINAL DO ANO


Relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho da Organização dos Estados Americanos (OEA) alerta que a migração forçada de venezuelanos ultrapassará 5 milhões de pessoas até o final de 2019. O relatório também prevê que, se a situação não mudar na Venezuela, até o ano 2020, entre 7,5 e 8,2 milhões de venezuelanos poderão fazer parte da migração forçada.

De acordo com a OEA, trata-se da segunda maior crise de imigrantes e refugiados no mundo, depois da que envolveu os sírios. O secretário-geral da entidade, Luis Almagro, afirmou que a crise venezuelana tende a expulsar cada vez mais cidadãos. Segundo ele, são mais de 3,4 milhões de venezuelanos que buscam refúgio em outros países.

“Os venezuelanos são a segunda população com mais refugiados do mundo, perdendo apenas para a Síria, que está em guerra há sete anos. As previsões indicam que até o final de 2019 o êxodo chegará a 5,4 milhões de pessoas” disse Almagro.

O coordenador do Grupo de Trabalho, David Smolansky, afirmou que a assistência internacional para migrantes e refugiados venezuelanos é escassa. “Agradecemos a generosidade da comunidade internacional, mas essa contribuição hoje não chega a US$ 200 milhões e, em uma comparação, a crise síria recebeu mais de US$ 30 bilhões e a do Sudão do Sul recebeu quase US$ 10 milhões.”

Segundo o relatório, para os refugiados sírios são destinados US$ 5 mil por pessoa e para os venezuelanos, menos de US$ 300 por pessoa. O relatório mostra ainda que na Colômbia há 1,2 milhão de venezuelanos; no Peru, 700 mil; no Chile, 265 mil; no Equador, 220mil e na Argentina, 130 mil. O estudo não menciona o Brasil.

Nações Unidas – Uma equipe vinculada ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos vai à Venezuela na segunda-feira (11) e terça-feira (12) próximas. Segundo a entidade, a visita atende um convite do governo venezuelano.

Os especialistas vão se reunir com integrantes do governo, da Assembleia Nacional da Venezuela, da sociedade civil, além de vítimas de violações dos direitos humanas. A equipe irá a Caracas e outras cidades venezuelanas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que o número de pedidos de asilo por parte de venezuelanos chega a 414 mil, desde 2014. Cerca de 60% deste total apenas em 2018.

O Acnur alerta sobre a necessidade de manter o caráter “civil e humanitário” para a concessão de asilo.

Segundo o alto comissariado, os países latino-americanos concederam 1,3 milhão de permissões de residência e outras de status para regularizar a situação de venezuelanos, permitindo assim que tenham acesso à educação, saúde e oportunidades de trabalho.

Agência Brasil

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