Por Atual 7
Com
tradição de enfrentar governos e autoridades para defender os direitos humanos,
a Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) retrocedeu e
passou a evitar qualquer posicionamento sobre as violações
sistemáticas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Quase
uma semana após a divulgação do relatório produzido
pelas ONGs Conectas, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Justiça
Global e pela gestão passada da OAB-MA, a nova Presidência da
Seccional, comandada pela jovem advogado Thiago Diaz, bem como as
comissões de Direitos Humanos e de Política Criminal e Penitenciária,
permanecem em silêncio.
Não
houve qualquer manifestação sobre o relatório das ONGs, que confirmou
denuncia feita no início do ano pelo ex-presidente da CDH da OAB-MA, advogado
Antônio Luis Pedrosa, e pelo presidente do Conselho Diretor da SMDH, professor
Wagner Cabral, de que o governo estadual
firmou uma acordo com os detentos do complexo prisional, entregando
o comando de Pedrinhas para as facções em troca de uma suposta paz nas cadeias.
Nem
mesmo uma nota em defesa de Pedrosa, repudiando o governo e membros de
primeiro e segundo escalão pelo achaque
sistemático ao advogado, foi produzida.
Quando
questionado pelo Atual7 do porquê do silêncio, o presidente
Thiago Diaz foge do assunto e repete uma mensagem pronta, de que está
sempre assoberbado com outros afazeres, mas que designou as comissões de
Direitos Humanos e de Política Criminal e Penitenciária para elaborar um
relatório sobre Pedrinhas, até hoje nunca pronta e numa divulgado à sociedade.
Em
pesquisa no site da entidade, porém, como se observa na foto ao lado, o
que se sabe é que a única visita feita pelo presidente da Comissão de Direitos
Humanos da OAB-MA, Valdênio Caminha,o controverso vice-presidente,
Rafael Silva; e a presidente da Comissão de Política Criminal e
Penitenciária, Karolina Carvalho, feita em janeiro, foi mais para turística do
que de inspeção, nada resolvendo sobre as violações aos direitos humanos, como
as torturas aos detentos e a superlotação em Pedrinhas, e servindo apenas para
um registro fotográfico do lado de fora, talvez para não mostrar como Pedrinhas
ainda é um inferno por dentro.
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