Por: O Imparcial
Os peritos do INSS completam 103 dias de paralisação. De acordo com a médica perita Erica Amanda, essa é a maior greve em duração dos servidores federais.
A perícia médica é requisito para benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial e, para reconhecimento de acidentes de trabalho. Segundo a delegada da Associação dos Peritos Médicos no Maranhão, Erica Amanda, apenas 30% dos atendimentos estão sendo realizados.
Na pauta de reivindicações da categoria, estão redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas, incorporação de benefícios ao salário, redução de níveis de progressão, recomposição do quadro de peritos e aumento salarial de 27% em dois anos.
Amanda relata que dos cinco mil médicos legistas, mais de 50% abandonam a função por falta de boas condições de trabalho. "Somos cinco mil médicos peritos em todo país, mas com a falta de investimento em melhorias para a categoria, aumenta o número de evasão", assegura a médica.
A autônoma Marinalva Santos relata a dificuldade em agendar a perícia que tanto precisa para ter acesso ao benefício do auxílio doença. "Fiz a primeira perícia e não passei, mesmo não tendo condições de exercer qualquer atividade. Agora aguardo o segundo agendamento que deveria ser feito com trinta dias, mas com a greve se arrasta por meses", desabafa.
Greve continua
Nessa terça-feira, dia 15, mais de 90% dos grevistas recusaram uma nova proposta do governo, alegando não atender as pautas reivindicadas. Com o impasse na negociação, os peritos prometem continuar com a greve.
O governo propôs reajuste geral dado ao funcionalismo federal, de 10,8% em dois anos, e a criação de comitê de reestruturação da carreira, mas não trata da efetivação da jornada de 30 horas e o fim da discussão da terceirização das perícias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário