Acabou o “Fora Sarney”. E agora, Flávio Dino, vai falar mal
Por Camarão seco on 7 de outubro de 2014
O governador eleito Flávio Dino passou os últimos anos de sua vida disparando as piores críticas contra a governadora Roseana Sarney e seu grupo político. Qualquer vento que soprava mais forte no Maranhão era motivo para o escárnio de um homem que ambicionava com todas as forças o poder no Estado.
Dino chegou a perder a compostura em diversas ocasiões, exaltando-se em comentários desnecessários nas redes sociais, que oscilavam entre raivosos e pueris. O vício de usar a Internet para protestar é uma das manias que agora não vão cair bem em alguém que vai precisar assumir gestos e atitudes de um governador de Estado. O comunista precisa entender que há mais de duas décadas deixou de ser um militante estudantil.
É fácil ser oposição, atirar pedras. O difícil é ser vidraça. E, a partir de 10. de janeiro de 2015, Flávio Dino terá que se acostumar a críticas e opiniões sobre seu governo. Um outro hábito negativo e repetitivo também precisará ser revisto: o de processar tudo e todos que se manifestam contrariamente às suas ideias e feitos. Um chefe do Executivo ocupa a berlinda da opinião pública gerada diariamente na sociedade. Se repetir a postura absolutista, que já adota agora, como governador entrará para a história como um novo Luís XIV, o Rei-Sol, aquele da famosa frase “O Estado sou eu”.
Versátil em utilizar a seu favor a argumentação jurídica, Dino deverá sempre que necessário justificar que “não se consegue mudar 50 anos em 4”. Mas a alegação não surtirá efeitos diante de tantos compromissos firmados, de tantas promessas feitas à população e da enorme dívida que terá que pagar agora por ter sido o fiel depositário das esperanças do povo do Maranhão.
Há 50 anos, o jovem José Sarney também representou o que o comunista significa hoje aos maranhenses. Mas, ao final do Governo, Sarney fez do Maranhão rural e atrasado um estado com estradas, energia elétrica, porto, universidade, ensino à distância, estacionado às portas da modernidade dos anos 70.
Sarney e Roseana optaram por não disputar nenhum cargo eletivo. Agora, sem as muletas do discurso anti-Sarney que o ajudaram a ser eleito governador, Flávio Dino vai precisar provar, de fato, se é aquilo que tanto se gabava na propaganda eleitoral.
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